A Avenida Infante Santo tem inicio na Avenida 24 Julho e termina no Largo da Estrela. A Av. Infante Santo em Lisboa é um excelente exemplo da evolução do urbanismo em Lisboa durante o séc. XX..Tendo
sido rasgada da Estrela à Pampulha em várias fases, ao longo da
primeira metade do século XX, os edifícios que foram sendo construídos
acabaram por permitir uma divisão simbólica da avenida em três zonas
perfeitamente distintas e representativas.Numa primeira fase (partindo da Estrela) temos a arquitectura que se
praticava até aos anos 40, inclusive: edifícios discretos, com poucos
pisos, em quarteirões de estrutura tradicional. Aqui, e um pouco por
toda a cidade, independentemente da apreciação estética que possamos
fazer, a verdade é que estas zonas funcionam: têm comércio, cafés,
movimento, tudo o que uma cidade deve ter. São geralmente as melhores
zonas para viver, com melhor qualidade de vida.A segunda fase arquitectónica da Infante Santo corresponde à reacção
moderna e internacionalista contra a arquitectura anterior, considerada
retrógrada. É desta fase este excelente conjunto arquitectónico, vencedor do prémio
Valmor em 1954, da autoria dos arquitectos José Pessoa, Hernâni
Guimarães Gandra e João Abel Carneiro de Moura Manta. O conjunto que
fica em frente também é interessante.Com os edifícios perpendiculares à via, uma estrutura assente em
pilotis, e uma inteligente solução para o acentuado desnível do terreno,
resolve-se muito bem a relação entre a avenida e o bairro da Lapa. No
entanto, como se verifica em todas as zonas onde está presente, trata-se
de uma arquitectura (e urbanismo) que acaba por tornar o espaço público
pouco acolhedor, precisamente o contrário do que pretendia.A última parte da avenida, com edifícios construídos nas últimas
décadas, representa bem a última fase de arquitectura e urbanismo na
cidade de Lisboa: o caos completo. Sem qualquer planeamento, cada
promotor compra um terreno e constrói ao seu gosto (normalmente péssimo)
e com a maior volumetria que conseguir. A Avenida Infante Santo torna-se assim uma avenida feia e vulgar, que
não se distingue de uma qualquer rua do Cacém ou da Reboleira, mesmo que
alguns dos seus edifícios pretendam ser “de luxo”, como é o caso do tristemente famoso empreendimento "Infante à Lapa".
Texto retirado do Blog O funcionário cansado ofuncionariocansado.blogspot.com
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