domingo, 4 de novembro de 2012

Teatro Nacional Dona Maria II


O Teatro Nacional abriu as suas portas a 13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27 aniversário de D. Maria II (1819-1853), passando por isso a exibir o seu nome na designação oficial. Na inauguração, foi apresentado o drama histórico em cinco actos O Magriço e os Doze de Inglaterra, original de Jacinto Aguiar de Loureiro.
Mas a história do Teatro Nacional de Dona Maria II, começou dez anos antes da sua inauguração. Na sequência da revolução de 9 de Setembro de 1836, Passos Manuel assume a direcção do Governo e uma das medidas que tomou nesse mesmo ano foi encarregar, por portaria régia, o escritor e político Almeida Garrett de pensar o teatro português em termos globais e incumbi-lo de apresentar "sem perda de tempo, um plano para a fundação e organização de um teatro nacional, o qual, sendo uma escola de bom gosto, contribua para a civilização e aperfeiçoamento moral da nação portuguesa". Por esse mesmo decreto, Almeida Garrett ficou encarregue de criar a Inspecção-Geral dos Teatros e Espectáculos Nacionais e o Conservatório Geral de Arte Dramática, instituir prémios de dramaturgia, regular direitos autorais e edificar um Teatro Nacional "em que decentemente se pudessem representar os dramas nacionais".
O ambiente Romântico que se vive nesta altura em toda a Europa determina a urgência em encontrar um modelo e um repertório dramatúrgicos nacionais, assumido que era que da afirmação de uma “arte nacional” dependia uma melhor e mais exacta definição da própria nação. Ou seja, o aparecimento de um teatro (e de um repertório) nacional era uma questão não só cultural como, sobretudo, política e assumida como um assunto estreitamente ligado à própria independência da nação.
Entre 1836, data da criação legal do teatro, à sua inauguração, em 1846, funcionou um provisório teatro nacional no Teatro da Rua dos Condes (mais tarde transformado no cinema Condes).

Ruínas do Palácio dos Estaus.
O local escolhido para instalar o definitivo Teatro Nacional foram os escombros do Palácio dos Estaus, antiga sede da Inquisição e que, também em 1836, tinha sido destruído por um incêndio.
A escolha de um arquitecto italiano, Fortunato Lodi, para projectar e executar o Teatro Nacional não foi isenta de críticas e só em 1842, Almeida Garrett consegue dar início às obras.
Em 17 de Dezembro de 1928 foi classificado como imóvel de interesse público pelo Decreto n.º 15 962 com a designação de Teatro Nacional de Almeida Garrett.








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