domingo, 10 de fevereiro de 2013

Palácio do Manteigueiro




O manteigueiro é uma personagem de Lisboa hoje esquecida. O palácio que mandou construir em 1787 ficou na história e é hoje o Ministério da Economia e da Inovação, no nº. 18 da Rua da Horta Seca, ao Camões.
Domingos Mendes Dias, transmontano de Medeiros, concelho de Montalegre, fugiu para Lisboa ainda criança e começou a ganhar uns cobres, primeiro como aguadeiro e a seguir como marçano. Pouco depois do terramoto de 1755 já se assumia como comerciante de manteigas por grosso na praça de Lisboa e, não se sabendo como, amealhou uma fortuna colossal.
Daí lhe ficou a alcunha, que depois se transmitiu ao seu palácio.
É provável que lá se tenham dado belas festas. Apenas provável, porque o Manteigueiro a custo parece ter entrado na boa sociedade da época, tendo mesmo prometido ao seu conterrâneo António de Sousa Pereira Coutinho, morgado de Vilar de Perdizes, toda a sua fortuna em testamento se este o deixasse tratá-lo por primo e o apresentasse a alguns dos seus amigos. Em velho tornou-se um avarento miserável, vivendo apenas com uma cozinheira preta e comendo do mais barato que encontrava. Morreu vítima da sua sovinice. Ferido à navalhada num assalto, proibiu o médico de usar remédios caros? E o Dr. Manuel Constâncio, professor da Escola de Cirurgia de Lisboa, parece que lhe fez a vontade: o Manteigueiro morreu de gangrena, mas cumpriu a sua promessa, deixando (ao câmbio actual) uma fortuna avaliada em mais de 10 milhões de euros ao "primo" D. António Pereira Coutinho.







2 comentários:

  1. Extremamente interessante; quereria perguntar-lhe qual é a fonte das imagens do interior do Palácio do Manteigueiro. Obrigado

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário. As imagens do interior do Palácio do Manteigueiro estão para consulta na pagina do arquivo fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa.
      http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2180232&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

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