segunda-feira, 4 de março de 2013

Escola Politécnica




A Escola Politécnica de Lisboa ("Escola Polytechnica de Lisboa", segundo a grafia da época) foi criada por Decreto de 11 de Janeiro de 1837 referendado pelo visconde de Sá da Bandeira e por António Manuel Lopes Vieira de Castro, respetivamente secretários de Estado interinos da Guerra e da Marinha, no âmbito de um processo de reforma do ensino superior e militar. Tinha como objetivo, ministrar um ensino preparatório científico aos candidatos a oficiais do Exército e da Marinha - que seria depois completado em escolas especializadas (Escola do Exército e, mais tarde, Escola Naval) - segundo o modelo da École Polytechnique de Paris.
Ao ser criada, a Escola Politécnica sucedeu à Academia Real da Marinha, a qual foi extinta pelo mesmo decreto de criação daquela. A formação que era ministrada na Academia Real da Marinha passou a ser realizada na nova Escola Politécnica, para aqui também transitando os professores e os estabelecimentos científicos anexos daquela, incluindo o Observatório Real da Marinha. Por outro lado, a Escola Politécnica também assumiu parte das funções do antigo Real Colégio dos Nobres - que havia sido extinto a 4 de Janeiro de 1837 - ocupando as suas instalações no antigo Noviciado Jesuíta da Cotovia.

Em 22 de Abril de 1843, o edifício do Noviciado da Cotovia - onde se encontravam instaladas a Escola Politécnica e a Escola do Exército - sofre um grande incêndio, ficando completamente destruído. É projetado então um novo edifício que será construído no local do anterior, ao longo de várias fases, a partir de 1857. Entretanto, o novo edifício já só albergará a Escola Politécnica, uma vez que a Escola do Exército foi instalada no Palácio da Bemposta em 1850.
Pela Carta de Lei de 7 de Junho de 1859, a Escola Politécnica passa a ter um estatuto civil, ficando sob a tutela do Ministério do Reino.
Em 1911, na sequência da criação da Universidade de Lisboa, é prevista que esta inclua uma Faculdade de Ciências. A nova Faculdade de Ciências vai resultar da transformação da Escola Politécnica, entrando em funcionamento no ano letivo de 1911-1912, com os professores, alunos e instalações desta.
O Real Colégio dos Nobres  foi fundado, no quadro do iluminismo que se pretendia fazer chegar a Portugal, por iniciativa do primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, então ainda conde de Oeiras. A carta de lei de Dom José I que lhe aprova os estatutos tem a data de 7 de Março de 1761 e destina-lhe como instalações o extinto colégio e noviciado jesuíta da Cotovia, em Lisboa, vago devido à expulsão daquela ordem religiosa. Para além do edifício e do reduto (a antiga Quinta do Monte Olivete) a nova instituição recebeu os móveis e a rica livraria do noviciado.Destinava-se a preparar os jovens oriundos das famílias da alta aristocracia, que soubessem ler e tivessem idade compreendida entre os 7 e os 13 anos à data de ingresso. Com a criação do Real Colégio dos Nobres procurava-se formar os jovens nobres, tornando-os úteis para a administração e actividades produtivas, propiciando-lhes, para além da tradicional formação nas humanidades clássicas, uma sólida formação científica e literária que lhes permitisse o acesso à Universidade de Coimbra


O Novíciado Jesuíta da Cotovia

Ao findar o século XVI, procuravam os padres da Companhia de Jesus um lugar adequado para fundar um noviciado. Depois de ponderarem as vantagens e inconvenientes de uns vinte sítios, decidiram-se pelo Monte Olivete, uma propriedade que fazia parte do dote de Fernão Teles de Meneses deixada em 1598 e que reunia as condições desejadas: «Por ser o sitio muy saudável, de boas vistas e visinho de Sam Roque e da cidade, tendo poços de agoa e lugar largo pera casa e horta; e este lugar se chamava Monte Olivete, e por outro nome a Cotovia». Lançados os alicerces em 1603, os padres Jesuítas encarregaram o arquitecto Baltasar Alvares do projecto, em 1607, ficando as obras concluídas em 1616. Os primeiros noviços entraram em 1619 e ali continuou esta importante casa religiosa, com uma cerca enorme até ao Rato e Salitre, por muitos anos até à extinção da Companhia de Jesus, em 1759.






Um comentário:

  1. Professor Pedro Almeida,
    Existe bibliografia sobre a história do Colégio da Cotovia?

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