«CONVENTO DE SANTA CLARA»
O «CONVENTO DE SANTA CLARA»localizado na parte nordeste de um campo vizinho ao «CONVENTO DE SÃO VICENTE», tendo este Convento acabado por dar ao sítio o nome que ainda hoje conserva: «CAMPO DE SANTA CLARA».
Foram mandados construir (a Igreja e o Convento) por vontade e a expensas de uma viúva rica «D. INÊS FERNANDES», de origem asturiana, (foi casada com «D. VIVALDO PANDULFO» genovês), que em 04.08.1288 obteve licença do «PAPA NICOLAU IV» para a fundação de um Mosteiro dedicado a «SANTA CLARA» e onde se professasse a sua regra.
Em 01.01.1292, já o edifício tinha Abadessa e Vigário, às quais a fundadora fez doação do mesmo.
A 07.09.1294 era lançada a primeira pedra da Igreja, que seria posteriormente reedificada no século XVII, sob o traço do «ARQUITECTO PEDRO NUNES DE TINOCO».
Em 1502, foi este o primeiro Mosteiro português a aceitar a reforma da «REGULAR OBSERVÂNCIA»( ). Aí se acolheram, em vários tempos, muitas senhoras ilustres, entre as quais a Infanta «D. MARIA», filha do rei «D. MANUEL I», a Infanta «D. ISABEL», viúva do Infante «D. DUARTE», filho do mesmo rei, e a princesa de Castela, «D. JOANA», que aí morreu.
Em 1502, foi este o primeiro Mosteiro português a aceitar a reforma da «REGULAR OBSERVÂNCIA»( ). Aí se acolheram, em vários tempos, muitas senhoras ilustres, entre as quais a Infanta «D. MARIA», filha do rei «D. MANUEL I», a Infanta «D. ISABEL», viúva do Infante «D. DUARTE», filho do mesmo rei, e a princesa de Castela, «D. JOANA», que aí morreu.
O «CONVENTO DE SANTA CLARA»
compunha-se de um excelente claustro; nobre casa de entrada e espaçosos
dormitórios, com muitas casas nobres, que religiosas particulares
mandavam fazer. Boa cerca, abundante água e com admiráveis acomodações,
que sem aperto, recolhiam mais de quinhentas pessoas.
No tempo em que o «CONVENTO» aceitou a reforma e se fez da «REGULAR OBSERVÂNCIA»,
um sacerdote secular de vida muito exemplar e conhecida virtude, teve
um sonho no qual se lhe representava, que via nas praias de BELÉM, uma imagem da «VIRGEM SENHORA» a qual lhe dizia que a levasse ao «MOSTEIRO DE SANTA CLARA», prometendo que por sua intersecção se poupariam muitas almas e que Ela salvaria sempre aquele Mosteiro do terrível mal de contágio. (Trata-se das famigeradas pestes que assolavam Lisboa).
As sucessivas ampliações fizeram do edifício conventual um dos mais vastos de Lisboa.
As sucessivas ampliações fizeram do edifício conventual um dos mais vastos de Lisboa.
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Em 1755 o Convento ficou bastante danificado pelo terramoto, tendo a IGREJA sofrido total ruína, ficando só em pé a parede da parte Norte, tendo a do Sul sepultado nas suas ruínas muita gente.
Arruinou-se
o coro de cima, que na sua fábrica de excelente talha dourada e
pinturas, hoje dele se não conserva memória. Ficaram igualmente
arruinados alguns dormitórios e casas, e uma parte do claustro onde
estava a capela dedicada à «SENHORA DE BELÉM».
Mas ainda ficou com bastantes acomodações para recolher mais de duzentas pessoas e muitas mais teria se, após o terramoto fosse impedido o furto de telhas e madeiras das casas, que não sofreram ruína. Não faltou quem comentasse: "de que esta foi maior que o próprio terramoto".
Mas ainda ficou com bastantes acomodações para recolher mais de duzentas pessoas e muitas mais teria se, após o terramoto fosse impedido o furto de telhas e madeiras das casas, que não sofreram ruína. Não faltou quem comentasse: "de que esta foi maior que o próprio terramoto".
Desse tempo, diz-nos também «BAPTISTA DE CASTRO»: "que era um monte de ouro, e na grandeza excedia a todos os de mais Mosteiros da Corte".
Depois de extinto em 1828, o terreno foi rasourado para nele ser edificada pouco depois uma dependência do «ARSENAL REAL DO EXERCITO», a «FUNDIÇÃO DE SANTA CLARA», ou «FÁBRICA DE ARMAS» (cujo espólio deu origem ao "MUSEU DE ARTILHARIA"), com casas anexas e habitações para oficiais. Sabe-se também que foi nesta fábrica que se fundiu a estátua de «D. JOSÉ I», para ser colocada na «PRAÇA DO COMÉRCIO».
Foi convertida no ano de 1927 para «FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS E ARREIOS», actualmente com a designação de «OFICINAS GERAIS DE FARDAMENTO E EQUIPAMENTO -O.G.F.E».
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