quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Convento Nossa Senhora das Portas do Céu / Igreja Paroquial de Telheiras





A fundação deste convento e igreja remonta ao século XVII, por iniciativa de um príncipe cristão do Ceilão, Dom João de Cândia. Destronado dos seus domínios, ficou sob protecção dos frades franciscanos. Em 1625 recebeu as ordens sacras em Madrid, obtendo uma pensão eclesiástica de Filipe, rei de Espanha e de Portugal. Já em Lisboa, instituiu a Irmandade de Nossa Senhora da Porta do Céu, desconhecendo-se a data certa da fundação do convento sob a mesma invocação, em Telheiras, e que foi doado aos franciscanos. Decorrido mais de um século sobre a morte do fundador (1642), o edifício foi destruído pelo Terramoto de 1755. A sua reconstrução ficou concluída em 1768, reaproveitando-se muito da primitiva igreja de gosto tardo-maneirista. A partir do século XIX, tanto o convento como a igreja sofreram várias vicissitudes: em 1833, durante as guerras liberais, o convento foi ocupado pelas tropas do Marechal Saldanha e o seu recheio delapidado; em 1834, com a extinção das ordens religiosas, veio à posse do Estado e, em 1837, foi vendido em hasta pública, juntamente com a cerca; em 1910, a igreja foi encerrada e transformada em oficina de serralharia, enquanto que as dependências conventuais foram transformadas em taberna e habitação. A igreja voltou a reabrir ao culto em 1941, após obras de restauro. Em 2004 passou a ser igreja matriz paroquial com a criação da Paróquia de Telheiras. A classificação como Monumento de Interesse Público diz respeito apenas à Igreja de Nossa Senhora da Porta do Céu.






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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Convento do Rego (Hospital Curry Cabral) Rua da Beneficência





O convento de Nossa Senhora das Dores, também conhecido com Convento do Rego ,era um convento de freiras servitas situado na rua da Beneficência .As suas instalações foram aproveitadas para a construção do Hospital do Rego ,inaugurado em 1906 ,e que em 1929 foi renomeado de Hospital Curry Cabral (em homenagem ao seu fundador José Curry da Câmara Cabral).









ANTIGA PASSAGEM DE NÍVEL DA RUA DA BENEFICÊNCIA 







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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Palácio Nacional da Ajuda / Calçada e Largo da Ajuda


O Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda foi mandado erguer por Dom José I (1714-1777) no alto da colina da Ajuda. Este edifício, construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos, ficou conhecido por Paço de Madeira ou Real Barraca. Substituía o sumptuoso Paço da Ribeira que fora destruído no Terramoto que arrasou Lisboa em Novembro de 1755.
Construção do Real Paço da Ajuda
Planta do PalácioA urgência da construção de um novo Palácio e o facto da Família Real ter sobrevivido ao cataclismo por se encontrar na zona de baixa sismicidade de Belém/Ajuda, justificou a escolha do local. O novo Paço, habitável desde 1761, veio a ser a residência da Corte durante cerca de três décadas. Em 1794, no reinado de Dona Maria I (1734-1816), um incêndio destruiu por completo esta habitação real e grande parte do seu valioso recheio.
Coube a Manuel Caetano de Sousa, Arquitecto das Obras Públicas, a tarefa de projectar um novo palácio de pedra e cal, que foi traçado ainda de acordo com as tendências arquitectónicas do Barroco. Este projecto, iniciado em 1796 sob a regência do príncipe real D. João, foi suspenso decorridos cinco anos de construção, quando, em 1802, Francisco Xavier Fabri e José da Costa e Silva, arquitectos formados em Itália, foram encarregues de o adaptar à nova corrente neoclássica. Esta tarefa, continuada mais tarde por António Francisco Rosa, responsável pelo traçado de “redução” do projecto, nunca veio a ser concretizada integralmente.


Partida da Corte para o Brasil em 1807
Factores de natureza diversa foram imprimindo um ritmo descontinuado ao decorrer da obra do edifício, nomeadamente a partida da Corte para o Brasil, em 1807, na sequência das invasões napoleónicas, e a falta periódica de recursos financeiros. Nela trabalhavam os melhores artistas do reino: Domingos Sequeira, Arcângelo Foschini, Cirilo Wolkmar Machado, Joaquim Machado de Castro e João José de Aguiar, dedicados essencialmente às decorações pictóricas e escultóricas. 
Quando, em 1821, a Corte regressou do Brasil, o Palácio permanecia inacabado, sendo nele realizadas apenas cerimónias protocolares. Em 1826, após a morte de Dom João VI (1767-1826), estando as alas nascente e sul já habitáveis, a infanta regente Dona Isabel Maria (1801-1876) e duas das suas irmãs escolheram-no para sua residência. 
Dom Miguel viveu no Real Paço da Ajuda
Dois anos depois, o rei Dom Miguel (1802-1866) também elegeu a Ajuda para morar e muito impulsionou a prossecução das obras. Para permitir a continuidade dos trabalhos, ao fim de seis meses o rei mudou-se para o Palácio das Necessidades e nunca chegou a voltar. Os confrontos entre liberais e absolutistas mergulharam o país numa frágil estabilidade e, em 1833, a construção paralisou por completo, para não mais ser retomada nos moldes projectados. Após a vitória liberal, Dom Pedro assumiu o Governo como regente, na menoridade da filha, Dona Maria da Glória, e jurou a Carta Constitucional na Sala do Trono do Paço da Ajuda, em 1834. 
Ao longo do reinado de Dona Maria II (1819-1853) e do curto reinado de Dom Pedro V (1837-1861), que fixaram residência nas Necessidades, o Paço da Ajuda assumiu um plano secundário. 
Com D. Luís I o Palácio ganha nova vida
Foi com a subida ao trono de Dom Luís I (1838-1889), que uma nova etapa se iniciou, adquirindo finalmente a verdadeira dimensão de paço real ao ser escolhido para residência oficial da corte. A partir de 1861 foram feitas obras indispensáveis na estrutura do edifício para acolher o novo 
monarca. 
As verdadeiras alterações na decoração dos interiores começaram em 1862, ano do casamento do rei com a princesa de Sabóia, Dona Maria Pia (1847-1911). Foi então iniciado um longo trabalho de reformulação que se estendeu a diversos níveis: das paredes aos tectos – forrados, estucados ou pintados de novo –, ao revestimento dos soalhos com parquets e alcatifas, à escolha do mobiliário para as salas. Tudo encomendado a casas especializadas, portuguesas ou estrangeiras, fornecedoras da Casa Real. Os presentes de casamento e bens trazidos de Itália pela rainha ajudaram á decoração dos apartamentos remodelados. 
Nova disposição e decoração das salas
A nova disposição e decoração das salas, entregues ao arquitecto Joaquim Possidónio Narciso da Silva, acompanhou os então recentes padrões de conforto, privacidade e higiene, característicos da mentalidade burguesa do século XIX. Os espaços queriam-se agora mais íntimos e resguardados. Introduziram-se novas dependências no piso térreo: a Sala de Jantar, para as refeições diárias da família, uma sala de estar – a Sala Azul – e zonas de lazer, de que são exemplo a Sala de Mármore e a de Bilhar; por fim, as casas de banho dotadas de água corrente, quente e fria. O andar nobre fora reservado para as recepções de gala e o piso térreo, a partir da Sala de Música e ao longo da fachada poente, destinado aos aposentos privados. O Palácio foi-se tornando palco das reuniões do conselho de Estado, dos dias de grande gala – os banquetes e as recepções oficiais – e do quotidiano familiar: aqui nasceram os príncipes Dom Carlos (1863-1908) e Dom Afonso (1865-1920). 
Após a morte de Dom Luís I, em 1889, a vida agitada do Palácio da Ajuda alterou-se profundamente. No novo reinado, a Corte dividira-se entre três Paços: a Ajuda, onde Dona Maria Pia permaneceu com Dom Afonso; Belém – onde nasceram os príncipes Dom Luís Filipe (1887-1908) e Dom Manuel (1889-1932) – e as Necessidades, residências alternativas de Dom Carlos I e Dona Amélia (1865-1951). O andar nobre da Ajuda manteve-se reservado para a realização de cerimónias oficiais. 
Instauração da República e o Palácio Hoje
Palácio da AjudaEm 1910, quando da instauração da República e consequente exílio da Família Real, o Palácio foi encerrado. Depois de um período de visitas com acesso restrito, de 1940 até 1968, realizadas apenas a quem obtivesse um “cartão de autorização para visita ao Palácio Nacional da Ajuda”, emitido pela Direcção Geral da Fazenda Pública, abriu ao público em 20 de Agosto de 1968, deixando entrever ambientes e colecções de uma Casa Real de finais do século XIX. 
Desde 1996, tem vindo a proceder-se à reconstituição, tão aproximada quanto possível, desta residência real, e várias salas foram restauradas com base em rigorosa investigação histórica. 
Em 2007, o Palácio, juntamente com os outros palácios nacionais passou a integrar o conjunto de imóveis tutelados pelo Instituto dos Museus e da Conservação. 
Além de constituir um dos mais importantes museus de Artes Decorativas do país, o Palácio Nacional da Ajuda é, ainda hoje, cenário das cerimónias protocolares de representação de Estado. 

Torre do Galo





Torre sineira construída no século XVIII ao lado da Capela Real da Ajuda, segundo desenho do arquitecto da Casa do Infantado, Manuel Caetano de Sousa, tendo ocorrido a cerimónia de sagração dos sinos em 1793. De traçado poligonal e entrada pelo lado oriental, a ascensão ao campanário é feita através de uma escada interior em caracol com 80 degraus. No topo surge enquadrada por 4 fogaréus, dos quais sobrevivem apenas 2, e  por uma cruz. Subsistindo à demolição do templo em 1843, esta Torre encontra-se integrada na Zona Circundante do Palácio Nacional da Ajuda, que está classificada como Imóvel de Interesse Público.

Largo da Ajuda



Calçada da Ajuda







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Convento de Nossa Senhora da Boa Hora de Belém




O Convento de Nossa Senhora da Boa Hora de Belém foi fundado em 1758 e entregue aos religiosos Agostinhos Descalços, em substituição daquele, da mesma invocação, de onde foram deslocados no centro da cidade( no actual tribunal da Boa-Hora). 






Em 1769, a rainha-mãe Dona Mariana Vitória, padroeira do Convento, consignou o pagamento de oitenta mil réis anuais e quarenta e oito mil réis para a festa de Santa Rita. 

Em 1833, em 24 de Julho, quando da entrada do exército liberal em Lisboa era prior do Convento frei Manuel da Anunciação. 
Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.
Actualmente funciona lá o Hospital Militar de Belém.




Chafariz da Boa-Hora

Os frades Agostinhos do convento da Boa Hora recebiam por ordem régia duas penas de água das minas da Sacota e da Torre do Relógio em terrenos das Quintas Reais. Em 28 de Maio de 1834 foram extintas as ordens religiosas masculinas e a Junta da Paróquia da Ajuda tentou aproveitar essa água para a construção de uma fonte pública, solicitando em petição tal benesse à rainha Dona Maria II. Obteve autorização régia, mas enfrentou-se o problema de o convento ter sido repartido entre o regimento de Infantaria n.º 17 e o arrendatário António Mota, que tinha em sua posse parte da antiga cerca, tendo por contrato cedido as águas às lavadeiras. O chafariz acabou por ser construído, sendo inaugurado no dia de aniversário da rainha, em 4 de Abril de 1838. Contudo, o regimento de Infantaria abusava no consumo na altura das secas, ficando o chafariz sem água. Para corrigir esta situação o arquitecto régio Possidónio da Silva propôs em 1850, que o dito regimento nas épocas de seca, permitisse ao público usar a antiga bica conventual.





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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Capela do Santo Cristo


Pequena ermida manuelina, do início do século XVI, que se inseria na cerca do Mosteiro dos Jerónimos, e foi redescoberta nos anos 50 do século XX, estando actualmente localizada junto ao estádio de "Os Belenenses", dentro de um pequeno recinto murado, ladeada por um minúsculo jardim. Classificada como Imóvel de Interesse Público, destaca-se, na sua fachada, o enquadramento da porta rectangular, decorada com florões, e encimada por óculo. A coroar o templo encontram-se seis coruchéus cónicos. No interior, de nave única e capela-mor separada por arco abatido com florões nos cunhais, salientam-se os painéis de azulejos figurativos, do 3º quartel do século XVIII, que representam cenas religiosas dos monges de S. Jerónimo.









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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Central Tejo



A primitiva Central Tejo, também popularmente conhecida como Central da Junqueira, cujos edifícios já não existem, foi construída em 1908 e entrou em serviço em 1909. Programada para laborar durante um período de seis anos (1909-1914), até as CRGE conseguirem os meios necessários para a construção de um central de maiores dimensões e capacidade, acabou por prolongar o seu funcionamento até 1921, devido a dificuldades de financiamento e à eclosão da Primeira Guerra Mundial. No apogeu da sua capacidade, a primitiva Central Tejo dispunha de quinze pequenas caldeiras Belleville e cinco grupos geradores que forneciam a rede eléctrica da cidade de Lisboa. 
As obras do edifício das caldeiras de baixa pressão iniciaram-se em 1914 mas devido à conjuntura da Guerra, a nova Central Tejo só entrou em serviço em 1919 e com uma potência inicial de 6,75 MW. Com o fim da guerra, os dois turbo-alternadores alemães AEG inicialmente projectados com a potência unitária de 8 MW cada um, foram finalmente recepcionados em 1921 e elevaram a potência da central para 22,75 MW.
No final dos anos trinta, existiam onze caldeiras das quais dez eram do fabricante Babcock & Wilcox (tecnologia britânica) que queimavam carvão e uma da marca Humboldt (origem alemã)que queimava carvão pulverizado. A sala de máquinas alojava cinco grupos turbo-alternadores de várias potências e diversas marcas: Escher & Wiss,AEG ,Stal-Asea y Escher Wiss/Thompson.
Finalmente, em 1941, teve lugar a construção do edifício das caldeiras de alta pressão, o corpo de maior envergadura da central,que viria a ser ampliado em 1951 com a inclusão de mais uma caldeira. 
A Central Tejo deteve até 1950, o galardão de maior central eléctrica do País, tendo com os sucessivos aumentos de potência atingido os 60 MW.
O ano de 1951 ficou marcado na vida da Central como o início do seu ocaso: o advento das grandes centrais hidroeléctricas e o início da interligação da rede eléctrica primária no patamar dos 150 kV, relegaram a Central Tejo para segundo plano no panorama nacional de produção de energia eléctrica.
A Central Tejo foi desclassificada oficialmente em 1976 e, no ano seguinte, por decreto de nacionalização do sector eléctrico, a posse transfere-se para a EDP, que decide em 1982 a sua reconversão em Museu da Electricidade.
Em 1986, todo o conjunto da Central Tejo é classificado por decreto governamental como Imóvel de Interesse Público.
Findo o ciclo funcional da velha Central Tejo, viria a reabrir as suas portas a 18 de Maio de 1990 como Museu da Electricidade.





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terça-feira, 22 de julho de 2014

Arsenal da Marinha / Ribeira das Naus


Ribeira das Naus foi o nome dado a partir da construção do Paço da Ribeira às novas tercenas que o rei Dom Manuel I mandou edificar a ocidente do novo palácio real, construído sobre o local das tercenas medievais.
No século XVIII, a Ribeira das Naus passou a ser designada "Arsenal Real da Marinha" quando as suas instalações construídas no mesmo local, no âmbito da reconstrução da Baixa de Lisboa depois do Terramoto de 1755. Em 1910, passou a designar-se "Arsenal da Marinha de Lisboa".
O Arsenal da Marinha de Lisboa foi desactivado na sequência da construção do Arsenal do Alfeite, inaugurado em 1938. O seu antigo local - cujo acesso ao rio Tejo foi cortado com a construção da Avenida Ribeira das Naus - faz hoje parte das Instalações da Administração Central da Marinha.







A Ribeira das Naus  foram os maiores estaleiros do Império Oceânico Português, servindo de modelo aos restantes que se foram construindo além-mar, nomeadamente às ribeiras de Goa e de Cochim.





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