terça-feira, 25 de junho de 2013

Campo do Pau do Fio - 1º Campo de futebol dos Belenenses


Vivia-se a euforia pelo fim da Iª Guerra Mundial quando em 1919 um grupo de jogadores de Belém, cansados de serem a nata dos «outros», resolveram fundar o Clube de Futebol «Os Belenenses»: verdadeiro clube dos belenenses. Começaram por treinar nas Terras do Desembargador (muito brevemente) e logo depois numa nesga de espaço junto à Praça Afonso de Albuquerque (onde, num banco do jardim, haviam decidido fundar o clube).
Devido à súbita e inesperada afluência (de candidatos a jogadores e de público), cedo tomaram novo «campo», logo ao lado, mais para o meio da Rua Vieira Portuense (anexo ao espaço do antigo mercado), bem em frente do casario onde seria instalada a primeira sede, como ainda hoje se testemunha em placa alusiva. Nasceu assim o «Campo do Pau de Fio», assim chamado porque estava ali «plantado» um poste telegráfico, junto à linha divisória do terreno de jogo.
Desde logo se abeirou o povo de Belém para ver o seu novo clube, à volta do campo, por debaixo das colunas e nas varandas das casas. Numa delas até o Presidente da República (Manuel Teixeira Gomes) assistiu a treinos e jogos do Belenenses. Foi ali que o Belenenses exibiu o seu primeiro troféu, a prestigiada Taça dos Mutilados de Guerra. Também ali vicejou o ecletismo do Clube: nas celebrações do 2ª aniversário já se realizavam grandes provas de atletismo e ciclismo… e demonstrações de boxe! Pitoresco, era também o primeiro «vestiário»: a própria casa da família de Artur José Pereira (principal fundador), na Rua do Embaixador.
No entanto e com vista à participação regular no Campeonato de Lisboa (na altura a competição mais importante do País), o Campo do Pau de Fio não reunia as condições necessárias... pelo que o Belenenses passou a realizar os jogos oficiais em campo emprestado: o Stadium do Lumiar.




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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Padrão dos Descobrimentos




O monumento original foi encomendado, para a Exposição do Mundo Português de 1940, ao arquitecto Cottinelli Telmo (1897-1948) e ao escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975)
construído para ser uma construção efémera, e portanto de materiais perecíveis, era construído em ferro e cimento, com as esculturas de estafe, foi desmontado em 1958.
O atual monumento é uma réplica, foi erguido em betão com esculturas em pedra de lioz, erguendo-se a 50 metros de altura. Foi inaugurado em 1960, no contexto das comemorações dos quinhentos anos da morte do Infante Dom Henrique, o Navegador.
O monumento tem a forma de uma caravela estilizada, com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. Dom Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.
Eis a lista completa das 33 personalidades representadas no monumento
  • Infante Pedro, Duque de Coimbra
  • Filipa de Lencastre
  • Fernão Mendes Pinto
  • Frei Gonçalo de Carvalho
  • Frei Henrique Carvalho
  • Luís de Camões
  • Nuno Gonçalves
  • Gomes Eanes de Zurara
  • Pêro da Covilhã
  • Jehuda Cresques
  • Pêro Escobar
  • Pedro Nunes
  • Pêro de Alenquer
  • Gil Eanes
  • João Gonçalves Zarco
  • Fernando, o Infante Santo
  • Infante Dom Henrique, o Navegador
  • Afonso V de Portugal
  • Vasco da Gama
  • Afonso Gonçalves Baldaia
  • Pedro Álvares Cabral
  • Fernão de Magalhães
  • Nicolau Coelho
  • Gaspar Corte-Real
  • Martim Afonso de Sousa
  • João de Barros
  • Estêvão da Gama
  • Bartolomeu Dias
  • Diogo Cão
  • António Abreu
  • Afonso de Albuquerque
  • São Francisco Xavier
  • Cristóvão da Gama













 


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ermida de São Jerónimo




Edificada em 1514, dentro dos terrenos da cerca do Mosteiro de Santa Maria de Belém, foi concebida por Boitaca e concluída por Rodrigo Afonso. De planta quadrada, o corpo da capela é rematado superiormente por grosso cordão e pináculos torsos, com gárgulas nos cantos. Os cunhais estão reforçados por quatro gigantes com função estrutural, que apoiam a sustentação da cobertura, em abóbada polinervada, e dos panos murários. A porta principal apresenta, na molduração, diversa emblemática manuelina. No interior destaca-se o arco triunfal polilobado, com decoração vegetalista, dando acesso à capela-mor, um corpo mais pequeno e baixo, igualmente quadrangular. Esta mesma capela-mor já teve três altares, recobertos de azulejos sevilhanos quinhentistas; aquele que existe actualmente é já do século XX, e nele foram usados azulejos originais. A Capela tem sido restaurada ao longo dos séculos, sendo o restauro mais recente aqule que foi feito a par das grandes obras levadas a cabo no final do séc. XIX no Mosteiro dos Jerónimos, como prova a inscrição gravada sobre a pequena porta lateral: restaurada em 1886. Esteve sepultado nesta capela Pina Manique, (1733 - 1805), fundador da Casa Pia de Lisboa.








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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ermida de Nossa Senhora da Conceição da Carreira


A  Ermida situa-se na Rua Gomes Freire,  a antiga Carreira dos Cavalos, zona dedicada às corridas de cavalos e foi edificada em 1738, pelo Infante Dom Francisco, irmão do rei Dom João V e senhor da Casa do Infantado que havia cedido  aos Religiosos Capuchos da  Província da Beira uns terrenos para aí  se fundar um hospício. Atribui-se a autoria do edifício a Manuel da Costa Negreiros arquitecto da Casa do Infantado, que pela mesma altura trabalhou nas obras da capela real do vizinho Paço da Bemposta. Comparando os dois monumentos existem algumas semelhanças entre as duas, no traçado sóbrio e na aplicação do arco contracurvado.
A ermida da Carreira, de fachada simples, apresenta o brasão de armas do infante mecenas e possui duas pilastras com capitéis ornados em tríglifo. No interior, o altar-mor está ladeado pelas imagens de  São Francisco e de Santo António, respectivamente, em homenagem ao infante e ao santo patrono do hospício. O coro sobre a porta da entrada foi sucessivamente alterado para que os frades pudessem assistir às liturgias e não fossem vistos. Actualmente, e nas dependências anexas funciona o pré-seminário do Patriarcado.



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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ramiro Leão- Chiado


O nome Ramiro Leão está historicamente ligado ao Chiado. Foi ali que, em 1888, os irmãos António e Ramiro fundaram um estabelecimento comercial que ficou célebre pela sua ligação ao mundo da moda da época. Foi a estatueta de um leão, comprada por Ramiro nas suas andanças e colocada no balcão da primeira loja que criou, na rua Nova do Almada, onde vendia colarinhos e espartilhos, que acabou por fixar o nome da futura empresa, os Armazéns Ramiro Leão & Cª, na rua Garrett, que enfrentaram dois incêndios e resistiram até 1990. Actualmente, o edifício dos Armazéns está ocupado pela Benetton.



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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Villa Sousa - Largo da Graça


Esta vila operária construída, entre 1889-1890, por iniciativa de João Luís Sousa & Filho, apresenta planta rectangular perfurada por pátio quadrangular e volumetria paralelepipédica, tendo sido organizada em duas áreas distintas: uma destinada a residência dos proprietários e familiares e a outra, na parte das traseiras e mais pobre, servia de habitação para as famílias dos trabalhadores. O seu alçado principal, com os andares separados por frisos de cantaria, surge totalmente revestido a azulejo industrial estampilhado e rasgado por vãos a ritmo regular com emolduramento simples de cantaria. Merece destaque para além do primeiro andar, organizado à maneira de andar nobre palaciano, com janelas de sacada, de verga recta destacada, que abrem para varandins com guardas em ferro fundido, os dois portais idênticos em cantaria, localizados a igual distância dos extremos do edifício e sobrepujados por janela de sacada, com aletas laterais, rematada por frontão triangular e servida por varanda, também com guarda em ferro fundido. O acesso principal faz-se pelo portal que exibe a inscrição do seu nome 'Villa Sousa', enquanto que na bandeira da porta, em ferro fundido, podemos identificar a data de inauguração da mesma '1890', assim como o nome do proprietário 'João Luís Sousa & Filho'. Ao pátio acede-se através de corredor, coberto por tectos com composições em estuque, vazado lateralmente por portas e janelas de peito.


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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Convento da Encarnação


A fachada principal do Convento apresenta o brasão de armas da sua fundadora, Dona Maria, filha de Dom Manuel (o convento inicialmente existia no Poço do Borratem, sendo que só no século XVII se transladou para este local). Destaca-se pela sua majestosa capela-mor. O seu recheio é bastante valioso.
A construção primitiva do convento data de 1630, em terrenos de Dom Aleixo de Meneses, e tinha como principal objectivo abrigar as Comendadeiras da Ordem Militar de São Bento de Avis.
Em 1643, é instituída a Irmandade das Escravas do Santíssimo Sacramento sob a protecção de Nossa Senhora da Encarnação, funcionando na igreja do convento.
O edifício ficou parcialmente destruído com o terramoto de 1755 o que o deixou inabitável, transferindo-se as freiras para a cerca do convento de Santo Antão.
As obras de recuperação terminaram em 1758 altura em que as religiosas regressaram solenemente ao seu convento em coches reais cedidos por Dom José I.












terça-feira, 11 de junho de 2013

Cruz dos Quatro Caminhos / Sapadores


A RUA DOS SAPADORES (antiga Cruz dos Quatro Caminhos) pertence a três freguesias. À freguesia de SANTA ENGRÁCIA os números 1 a 5 e 2 a 14, à freguesia da GRAÇA os números 53 em diante, à freguesia da PENHA DA FRANÇA do número 16 em diante. Começa na Calçada dos Barbadinhos no número 247-B e termina na Rua da Graça no número 1.
Naquele tempo a Rua do Abarracamento da Cruz dos Quatro Caminhos passou a ser denominada de Rua dos Quatro Caminhos e dos Sapadores, pelo Edital de 8 de Junho de 1889. O Decreto de 5 de Maio de 1762 explica como se mandou fazer o abarracamento do exército e no Livro das Plantas das freguesias, esta Rua figura como pertencendo às freguesias de Santa Engrácia, S. Vicente e Nossa Senhora dos Anjos.
O sítio dos Quatro Caminhos existe ainda hoje na memória dos lisboetas. Nos finais do século XIX a Cruz dos Quatro Caminhos era o eixo natural de quatro áreas do oriente da cidade, das quais apenas a da Graça estava urbanizada. Por aqui se descia para os Caminhos de Ferro, para o Vale de Santo António, onde se situavam várias quintas que foram desaparecendo ao longo dos tempos. Também por aqui se passava, pelo poente, em direcção ao Caminho do Forno do Tijolo (a Charca), para os lados dos Anjos, de Santa Ana, do Intendente e em direcção à Baixa. O trajecto pela Estrada antiga, depois Rua, que se dirigia à Penha de França e ao Poço dos Mouros, fazia-se também pelos Quatro Caminhos.
Era uma zona bonita, com casas do final do século XIX. Em meados do século XX, este conjunto habitacional tinha um aspecto alegre, já digno da denominação de bairro lisboeta. Do lado direito, as casas eram baixinhas, onde dominavam as habitações pobres, em linha contínua sobre uma cortina à entrada da Rua Angelina Vidal (antigo Caminho do Forno do Tijolo). Do lado esquerdo, podia ver-se o último sinal dos Quatro Caminhos Setecentista. Era o Quartel do Regimento de Telegrafistas, unidade que constituía a chave das Transmissões Militares, e era uma das guarnições mais importantes de Lisboa.
Na primeira metade do século XVIII já ali existia um aquartelamento, embora de reduzidas dimensões, que servia de sede ao Regimento de Engenharia. Posteriormente foram-lhe feitas várias ampliações, embora diminutas.
No ano de 1911, quando o exército foi reorganizado, a arma de Engenharia foi subdividida e neste quartel ficaram instalados os Sapadores Mineiros. A partir dos anos de 1912 e 1913, foram feitas mais ampliações, ficando o edifício com um corpo central de Comando, recuando um pouco de frente, para alargamento da nova RUA DOS SAPADORES.
A seguir à revolução de 7 de Fevereiro de 1927, os Sapadores saíram desta unidade militar que passou a ser ocupada novamente pelos Telegrafistas.
Neste local encontramos ainda o Regimento de Transmissões e alguns outros departamentos e instalações militares. As residências em redor começam as perder as características do início do século XX.

TEXTO RETIRADO DO BLOG RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA



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domingo, 9 de junho de 2013

Mercado Geral do Gado


Criado na Avenida Ressano Garçia (actual Avenida da Republica)  em 1888 , por uma sociedade particular de José Maria Pereira de Lima e António Vitor Reis e Sousa, em acordo com a Câmara Municipal de Lisboa.
O Mercado Geral do Gado foi implantado no terreno onde posteriormente em 1961 se instalou a Feira Popular de Lisboa em Entrecampos. Este mercado tinha acomodações para 1000 bois; 2000 ovinos e caprinos; 500 porcos e 200 cavalos.
O projecto foi do arquitecto Parente da Silva, e sofreu modificações da autoria do Arquitecto Machado Faria e Melo.













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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Casa Malhoa - Prémio Valmor 1905


A Casa de Malhoa ou Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, foi projectada pelo arquitecto Norte Júnior nos anos 1904 – 1905. Foi construída com a finalidade de servir de habitação e atelier de trabalho, ao pintor José Malhoa. Esta edificação foi agraciada com o Prémio Valmor em 1905, devido à sua beleza arquitectural.
É uma casa constituída na sua fachada por três corpos bem distintos, mas que se integram de uma forma harmoniosa no seu conjunto. Destaca-se na zona central um grande janelão, correspondente à zona que servia de atelier ao pintor. À esquerda desse janelão pode-se ver um pequeno alpendre sobre a escada que dá acesso à porta de entrada. O lado direito da fachada corresponde à zona da sala de jantar.O vitral na sala de jantar e sala anexa ao atelier do pintor é de origem francesa. De destacar também, no exterior do edifício, o portão em ferro forjado, estilo Arte Nova.
O Dr. Anastácio Gonçalves adquiriu a Casa de Malhoa em 1932 utilizando-a como sua residência e principalmente como arquivo da sua vasta colecção de arte. A estrutura da casa nessa altura foi alvo de algumas alterações, como a mudança da cozinha para a cave.
Com o falecimento do Dr. Anastácio em 1965, a Casa-Museu passa, por vontade expressa do falecido, para o estado português em 1969.
O edifício abre as suas portas ao público, já como museu, em 1980, depois de ter sofrido algumas alterações de adaptação às suas novas funções.








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