A RUA DOS SAPADORES (antiga Cruz dos Quatro Caminhos) pertence a três freguesias. À freguesia de SANTA ENGRÁCIA os números 1 a 5 e 2 a 14, à freguesia da GRAÇA os números 53 em diante, à freguesia da PENHA DA FRANÇA do número 16 em diante. Começa na Calçada dos Barbadinhos no número 247-B e termina na Rua da Graça no número 1.
Naquele
tempo a Rua do Abarracamento da Cruz dos Quatro Caminhos passou a ser
denominada de Rua dos Quatro Caminhos e dos Sapadores, pelo Edital de 8
de Junho de 1889. O Decreto de 5 de Maio de 1762 explica como se mandou
fazer o abarracamento do exército e no Livro das Plantas das freguesias,
esta Rua figura como pertencendo às freguesias de Santa Engrácia, S.
Vicente e Nossa Senhora dos Anjos.
O sítio dos
Quatro Caminhos existe ainda hoje na memória dos lisboetas. Nos finais
do século XIX a Cruz dos Quatro Caminhos era o eixo natural de quatro
áreas do oriente da cidade, das quais apenas a da Graça estava
urbanizada. Por aqui se descia para os Caminhos de Ferro, para o Vale
de Santo António, onde se situavam várias quintas que foram
desaparecendo ao longo dos tempos. Também por aqui se passava, pelo
poente, em direcção ao Caminho do Forno do Tijolo (a Charca), para os
lados dos Anjos, de Santa Ana, do Intendente e em direcção à Baixa. O
trajecto pela Estrada antiga, depois Rua, que se dirigia à Penha de
França e ao Poço dos Mouros, fazia-se também pelos Quatro Caminhos.
Era
uma zona bonita, com casas do final do século XIX. Em meados do século
XX, este conjunto habitacional tinha um aspecto alegre, já digno da
denominação de bairro lisboeta. Do lado direito, as casas eram
baixinhas, onde dominavam as habitações pobres, em linha contínua sobre
uma cortina à entrada da Rua Angelina Vidal (antigo Caminho do Forno do
Tijolo). Do lado esquerdo, podia ver-se o último sinal dos Quatro
Caminhos Setecentista. Era o Quartel do Regimento de Telegrafistas,
unidade que constituía a chave das Transmissões Militares, e era uma das
guarnições mais importantes de Lisboa.
Na
primeira metade do século XVIII já ali existia um aquartelamento, embora
de reduzidas dimensões, que servia de sede ao Regimento de Engenharia.
Posteriormente foram-lhe feitas várias ampliações, embora diminutas.
No
ano de 1911, quando o exército foi reorganizado, a arma de Engenharia
foi subdividida e neste quartel ficaram instalados os Sapadores
Mineiros. A partir dos anos de 1912 e 1913, foram feitas mais
ampliações, ficando o edifício com um corpo central de Comando, recuando
um pouco de frente, para alargamento da nova RUA DOS SAPADORES.
A
seguir à revolução de 7 de Fevereiro de 1927, os Sapadores saíram desta
unidade militar que passou a ser ocupada novamente pelos Telegrafistas.Neste local encontramos ainda o Regimento de Transmissões e alguns outros departamentos e instalações militares. As residências em redor começam as perder as características do início do século XX.
TEXTO RETIRADO DO BLOG RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
LOCALIZAÇÃO
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