terça-feira, 22 de julho de 2014

Arsenal da Marinha / Ribeira das Naus


Ribeira das Naus foi o nome dado a partir da construção do Paço da Ribeira às novas tercenas que o rei Dom Manuel I mandou edificar a ocidente do novo palácio real, construído sobre o local das tercenas medievais.
No século XVIII, a Ribeira das Naus passou a ser designada "Arsenal Real da Marinha" quando as suas instalações construídas no mesmo local, no âmbito da reconstrução da Baixa de Lisboa depois do Terramoto de 1755. Em 1910, passou a designar-se "Arsenal da Marinha de Lisboa".
O Arsenal da Marinha de Lisboa foi desactivado na sequência da construção do Arsenal do Alfeite, inaugurado em 1938. O seu antigo local - cujo acesso ao rio Tejo foi cortado com a construção da Avenida Ribeira das Naus - faz hoje parte das Instalações da Administração Central da Marinha.







A Ribeira das Naus  foram os maiores estaleiros do Império Oceânico Português, servindo de modelo aos restantes que se foram construindo além-mar, nomeadamente às ribeiras de Goa e de Cochim.





LOCALIZAÇÃO




domingo, 20 de julho de 2014

Igreja de São Julião




A primitiva igreja datada do século XIII ficou completamente destruída pelo terramoto de 1755, obrigando à sua total reedificação que só se iniciou em 1802 ficando concluída em 1810 com projecto do Arquitecto Reinaldo Manuel
De traço típico pombalino semelha-se em muito às Igrejas da Encarnação, São Nicolau, Sacramento e Mártires. 
 A Igreja de São Julião foi vendida em 1933, pela proprietária ,a Arquiconfraria do Santíssimo Sacramento ao Banco de Portugal para nela serem instalados vários serviços( serviu durante muito tempo como garagem e armazém de cofres antigos).Com a verba obtida a Arquiconfraria adquiriu o terreno onde viria a ser construída a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida de Berna,e para lá transferiu algum do espólio da antiga igreja,ali se conservando até aos nossos dias. As imagens do santos Julião e Basiliza foram entregues à Igreja de São Nicolau onde permanecem desde então
 Foi reabilitada recentemente, e nela vai funcionar o museu do dinheiro .Durante as obras foram postos a descoberto cerca de 30 metros da antiga muralha de Dom Dinis, que protegia a cidade .
















segunda-feira, 16 de junho de 2014

Parque das Nações /Cabo Ruivo


Parque das Nações foi a designação dada ao bairro surgido na antiga Zona de Intervenção da Expo, que inclui o local onde foi realizada a Exposição Mundial de 1998. Esta área tornou-se, entretanto, um centro de actividades culturais e um novo bairro da cidade, com perto de 15000 habitantes (prevendo-se que o total de população seja de 25000, daqui a poucos anos), com várias instituições culturais e desportivas próprias.
A sua arquitectura contemporânea, os espaços de convívio e todo o projecto de urbanização e requalificação urbana trouxeram nova dinâmica à zona oriental da cidade de Lisboa que, em1990, ainda era uma zona industrial.
Destacam-se, como exemplos da arquitectura presente no Parque das Nações, as abóbadas das plataformas da Gare do Oriente, de Santiago Calatrava, impondo a sua linha arquitectónica; o Pavilhão de Portugal, do arquitecto português Álvaro Siza Vieira, que tem por entrada uma imponente pala de betão pré-esforçado, que se baseia na ideia de uma folha de papel pousada em dois tijolos, abrindo o espaço à cidade para albergar os diversos eventos que um espaço desta escala acolhe.
O Parque dispõe de um Pavilhão do Conhecimento, um moderno museu de ciência e tecnologia com várias exposições interactivas; um teleférico transporta os visitantes de uma ponta à outra da área da antiga exposição. De referir ainda o Pavilhão Atlântico, a emblemática Torre Vasco da Gama , o Oceanário de Lisboa, um dos maiores aquários do mundo e a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, concluída em Março de 2014.
O Parque das Nações era ocupado por grandes infraestruturas industriais, nomeadamente a refinaria da Petrogal e depósitos de produtos petrolíferos (ex-Sacor e outras companhias, ocupando cerca de 50 ha), o Matadouro Industrial de Lisboa, o Depósito Geral de Material de Guerra, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, o Aterro Sanitário e a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) de Beirolas, além de diversas instalações portuárias e atividades afins.





Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo



Nos anos 1930 os voos transatlânticos entre a Europa e a América eram feitos em hidroaviões por motivos de segurança. Só depois de atravessarem o Atlântico os passageiros mudavam para aviões com base terrestre que os levavam ao seu destino final.
Sendo Lisboa a capital mais ocidental da Europa, a cidade era o terminal ideal do lado europeu dessas ligações transatlânticas. Por essa razão, o Governo Português entendeu transformar Lisboa numa grande plataforma aérea para voos internacionais. Para isso foram projectados dois aeroportos para Lisboa: um marítimo, para hidroaviões e outro terrestre para aviões convencionais. Outra razão para a construção destas infraestruturas era o facto de ir ser realizada em 1940 a grande Exposição do Mundo Português que se previa ir atrair a Lisboa muitos voos com turistas estrangeiros (isso acabou por não acontecer devido ao início da 2.ª Guerra Mundial).

Em 1938 iniciaram-se as obras dos dois aeroportos, que foram concluídas em 1940. Como aeroporto terrestre construiu-se o Aeroporto da Portela, em homenagem à Freguesia da Portela, e como aeroporto marítimo, construiu-se o Aeroporto de Cabo Ruivo, à beira do Rio Tejo e a cerca de 3 km do primeiro. Para uma ligação rápida por automóvel entre os dois aeroportos construiu-se uma via rodoviária denominada Avenida Entre-os-Aeroportos (actual Avenida de Berlim).
O sistema de voos transatlânticos funcionava com os hidroaviões vindos da América, amarando no Rio Tejo e desembarcando os seus passageiros em Cabo Ruivo. Daí, eram transportados por automóvel até à Portela. No Aeroporto da Portela eram distribuídos pelos diversos aviões que os iam levar aos diferentes destinos na Europa. Os passageiros que iam da Europa para a América faziam o percurso inverso.
O "Aeroporto Marítimo" de Cabo Ruivo foi planeado e desenvolvido pela Pan American, para servir de base à sua operação transatlântica com hidroaviões, que durou até 1945.
A ligar os dois aeroportos, foi estabelecida a via rápida chamada Avenida Entre-os-Aeroportos (actualmente Av. de Berlim). Os voos transatlânticos em hidroavião vindos da América amaravam no rio Tejo e os passageiros desembarcados em Cabo Ruivo, eram levados de carro até à Portela para apanhar voos para a Europa. O "Aeroporto Marítimo" de Cabo Ruivo foi desactivado nos finais dos anos 50.

Texto retirado do Blog No Tempo dos Araújos