Ao longo do século XIX, funcionou como colégio, hospital provisório, e comissariado da Polícia. O conjunto, situado na zona de protecção da cerca do Castelo de São Jorge e integrando ainda parte da sua estrutura, foi recentemente remodelado, convertendo-se em unidade hoteleira. Integra ainda o Pátio de Dom Fradique de Cima, e o Arco de Dom Fradique, que liga os bairros de Alfama e do Castelo e atravessa o edifício, com serventia pública de passagem. O pátio de Dom Fradique de Baixo, contíguo ao palácio e acessível pelo referido arco, pertence hoje à CML, e encontra-se em total estado de degradação.
A habitação quinhentista era constituída por duas torres rectangulares e uma pentagonal, construídas sobre um troço de muralha romana e um rochedo com cerca de 40 metros de altura na Cerca Moura de Lisboa. Sofreu uma grande intervenção em 1640, quando foi construído o terraço a E., deitando sobre a cidade e o Tejo, e reformuladas cinco fachadas, ao gosto da época. No século XVIII, depois dos extensos estragos causados pelo terremoto de 1755, foram acrescentadas algumas dependências e renovados os interiores, nomeadamente com um vastíssimo acervo de azulejos assinados pelos artistas Valentim de Almeida e Manuel Santos. O acesso ao palácio faz-se por portal nobre setecentista. Na fachada principal conservam-se ainda as armas dos Figueiredos, que se repetem no andar térreo do terraço. No interior destacam-se os tectos ornamentados, as salas temáticas, e os já referidos painéis azulejares, com muitos painéis historiados. A reconversão aproveitou as antigas estruturas do Palácio, bem como as madeiras e ferros da época e muitos elementos decorativos.
Sílvia Leite / DIDA / IGESPAR, I.P., 29-10-2007
Palácio Belmonte
LOCALIZAÇÃO
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