Por volta de 1580, começou a construir-se edifícios encostados à muralha da cidade
Mais tarde
em 1694, junto da porta da Mouraria, (ou de São Vicente ), ergueu-se o
Palácio do Marquês do Alegrete, que acabou ele mesmo por dar um novo
nome ao arco.
Foi Manuel
Teles da Silva, 2.° Conde de Vilar Maior e 1.° Marquês de Alegrete quem
mandou construir, o sumptuoso palácio conhecido pelo seu título,
demolindo até aos alicerces a muralha Fernandina nesse local, as torres a
ela pegadas e as casas dos seus antepassados.
Manuel Teles
da Silva nasceu em 1641 e morreu em 1709, sendo filho do 1.°
Conde de Vilar Maior, por morte de quem passou a ser o 2° Conde de Vilar
Maior. Coronel aos 27 anos, tomou parte com valentia na tomada de
Évora, depois da batalha do Ameixial.
Nos
dramáticos conflitos palacianos no tempo de D. Afonso VI, tomou partido
pelo Infante D. Pedro, que depois o distinguiu com muitas honrarias. Foi
regedor da Casa da Suplicação Conselheiro de Estado e Vedor da Fazenda,
Em 1686 foi encarregado de ir a Heidelberga buscar a Princesa D. Maria
Sofia de Neuburgo, que vinha casar com D. Pedro II. Por este motivo foi
distinguido com o título de Marquês de Alegrete em 19 de Agosto de 1687.
Casou com D. Luísa Coutinho, filha do Conde de Sabugal, de quem houve nove filhos.
Entre os
sucessivos proprietários do palácio contam-se figuras ilustres da
história de Portugal, sejam embaixadores, estadistas, como militares,
escritores e historiadores.
O palácio
ocupava uma área sensivelmente rectangular e tinha duas fachadas
idênticas, sul e norte, respectivamente sobre o Largo Silva e
Albuquerque e sobre a rua que separava o palácio das hortas do vale que
se alargou por essa época e que foi a desaparecida Rua Martim
Moniz. Uma
terceira frente, onde estava a entrada principal, era voltada para o
nascente, sobre a Rua da Mouraria; a quarta frente, a ocidental, parece
que não tinha vãos abertos e ficava encostada a outro prédio que foi
demolido em 1936.
Todos os
portais eram sobrepujados por frontões, ao centro dos quais ficavam as
pedras de armas da Casa Teles da Silva, mas só a do portal da entrada
principal durou até à demolição do palácio.
O palácio
ficou bastante arruinado pelo terramoto de 1755, e foi reconstruido
parcialmente depois deste cataclismo, não com a sumptuosidade que havia
tido, mas adaptado a prédio de rendimento, a fim de ser alugado para
estabelecimentos comerciais e industriais (refinação de açúcar, depósito
de cereais, animatógrafo) e inquilinos de modesto estatuto social.
A Câmara
Municipal de Lisboa, carecendo do terreno do palácio para melhorar a
circulação pública naquele sítio, encetou em 1932 as negociações para a
sua aquisição e posterior demolição, o que veio a acontecer em Agosto de
1946, o terreno foi terraplanado, acabando-se este trabalho em 2 de Outubro do mesmo ano.
No largo
assim formado ficaram incorporadas a Rua Martim Moniz, o Largo Silva e
Albuquerque, e um pequeno troço da Rua da Mouraria. O público, antes da
oficialização do nome, começou a chamar-lhe Largo Martim Moniz.
Degusting how it looks today.
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