terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Jardim das Amoreiras / Antiga Fabrica de Tecidos de Seda


Embora a lavra de seda se fizessem no país desde o reinado de D. Sancho II, a primeira fábrica de sedas nacional estabeleceu-se no país em 1677, numa época em que a Coroa determinou uma política de apoio às manufacturas, implementada pelo Conde da Ericeira.
Em 1734, Dom João V concedeu um alvará a Rober Godin que lhe permitia estabelecer uma nova fábrica de produção de seda. Sediado provisoriamente na Fonte Santa, o complexo fabril foi edificado em definitivo no subúrbio do Rato, estando concluído em 1741.
Depois do terramoto de 1755, verificou-se que a freguesia de Santa Isabel, onde se integrava a zona do Rato, pouco sofreu com o abalo sísmico e consequente incêndio, o que "veio catalisar o crescimento da cidade sobre o eixo onde fora implantado o núcleo joanino da Fábrica das Sedas" 
Foi desta forma que surgiu o projecto do Bairro das Águas Livres, até então a "única criação urbanística de grande escala em campo aberto desde a realização quinhentista do Bairro Alto e a primeira de iniciativa estatal" .
Aproveitando a implantação da mãe-de-água do grande aqueduto que abastecia Lisboa, sobranceira ao Rato, foi edificado o novo bairro, uma malha quadrada com quatro quarteirões de blocos de casas, disposta em torno de uma praça, denominada Praça das Amoreiras, segundo o plano desenhado em 1759 pelo arquitecto Carlos Mardel, cuja traça valoriza "o conjunto final e monumental do Aqueduto", também da sua autoria .
A edificação deste bairro esteve directamente ligada à restruturação da Fábrica das Sedas joanina, tornada propriedade da Coroa pelo Marquês de Pombal. Os edifícios foram propositadamente construídos para albergar o Real Colégio das Manufacturas, que na realidade era constituído por pequenas unidades industriais. Ou seja, cada uma das casas do bairro acomodava um artesão, providenciando-lhe espaço para habitar e para instalar uma oficina, com aprendizes.
Da edificação original subsistem três quarteirões, que mantêm a estrutura pombalina dos edifícios, blocos de planta rectangular divididos em dois andares, com tectos baixos em madeira. Numa destas habitações, situada num dos extremos da Praça das Amoreiras, foi instalada a Fábrica de Tecidos de Seda. A fachada, ritmada pela disposição de janelas a espaços regulares em ambos os registos, ostentou até à década de 90 do século XX um grande letreiro indicativo do nome da unidade fabril.
Criada em 1990, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva adquiriu o edifício da fábrica, procedendo a obras de recuperação. Em 1994 foi inaugurado neste espaço o Museu, que alberga, a título permanente, um importante e emblemático espólio da colecção dos dois artistas, bem como diversas exposições temporárias de pintura do século XX, e ainda um Centro de Documentação e Investigação.



 A capela de Nossa Senhora de Monserrate encontra-se junto ao quinto arco do aqueduto e foi construída por ordem da Irmandade dos Fabricantes de Seda, durante o século XVIII.

LOCALIZAÇÃO



https://maps.google.pt/maps?q=38.72223,-9.155959&hl=en&num=1&t=h&z=19


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