quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Convento de Santa Joana


O Convento pertencia à Ordem de São Domingos, estava situado na Rua de Santa Marta, freguesia do Coração de Jesus, 3.º Bairro, de Lisboa. Foi extinto em 15 de Março de 1890.
Foi fundador D. Álvaro de Castro, fidalgo, proprietário da quinta de Andaluz de traça apalaçada, situada entre a saída de Lisboa e o lugar de Nossa Senhora da Luz, onde havia um chafariz denominado de Andaluz.
D. Álvaro de Castro (acompanhou o rei D. Sebastião na sua jornada a África) tinha um particular afecto pela Ordem de São Domingos, onde tinha um jazigo no Convento de Benfica.
Deixou em testamento, ao seu sobrinho D. Leonardo de Castro, as casas e quinta de Andaluz, com os olivais e mais pertenças dela, com a cláusula de que só herdassem os descendentes da linha recta, excluindo a transversal, e na falta daquela, seria herdeiro o Convento de Benfica, da Ordem de São Domingos.
Estipulou, que se edificasse uma igreja dedicada à princesa Santa Joana - irmã do rei D. João II, beatificada pelo papa Inocêncio XII, em 1693 - e um novo mosteiro de frades, da dita Ordem, que seria fundado nas casas e quinta, decorridos dois anos após a sua morte, sob o cuidado do provincial da época.
O último descendente foi D. João de Castro Teles, vice-rei, falecido em 1657, não deixou herdeiros, de modo que o morgadio passou para os frades de São Domingos de Benfica.
Quando iniciou a governação o provincial mestre frei José Galrão quis dar cumprimento ao legado de D. Álvaro de Castro, mas foi impedido, devido a dificuldades surgidas quer por falta de rendas quer por aqueles que ambicionavam a quinta situada em local privilegiado. Nem todos os conventos da Ordem (incluindo os femininos) pertenciam à Província.
A fim de concretizar a disposição do testador, o provincial propôs a D. Pedro II (devoto de Santa Joana) efectivar a cláusula testamentária, sugerindo ao monarca a edificação de um templo dedicado à princesa Santa Joana, visto não haver nenhum no reino, e tendo como objectivo a missionação.
Por Alvará régio de 20 de Setembro de 1698, obteve-se licença para a edificação do Convento, na condição de existir um determinado número de religiosos que pudesse sustentar-se com as rendas do vínculo do morgado, e que todos os anos enviassem missionários à Índia Oriental.
No último trimestre de 1699, foi lançada a primeira pedra para a edificação da igreja na quinta de Andaluz, no dia de Santa Catarina, protectora da Ordem.
Assistiram ao acto no arcebispado de Lisboa, D. frei Pedro Fóios, com o título de bispo de Bona, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, e também o provincial e os religiosos. Desde Outubro de 1699, houve frades que tomaram o hábito para noviços que pertenciam ao Convento novo de Santa Joana, como frei José de São Francisco, natural do Porto que tomara o hábito de noviço do coro no Convento de Santarém.
Frei António Pacheco, prior e vigário geral autorizou o padre mestre frei José Galrão, a empenhar e obrigar a livraria que tinha a seu uso, para a continuação das obras do Convento, em 11 de Junho de 1705.
A obra - igreja e Convento - foi projectada pelo arquitecto João Antunes, e executada por José Pereira, tendo sido concluída em 1706.
A partir de 1754, as religiosas começaram a instalar-se no Convento de Santa Joana, outrora masculino.
Por Breve do papa Bento XIV, datado de 23 de Agosto de 1756, com aprovação de D. José I, foi concedida licença para se incorporarem num só convento, as freiras de outros conventos que não tivessem rendimentos para poderem continuar independentes, ou freiras cujos mosteiros tivessem sido arruinados pelo terramoto de 1755.
Em 23 de Maio de 1765, o Convento era governado pela madre abadessa soror Maria Madalena de Mendonça.
Por conseguinte, o Mosteiro de Nossa Senhora da Rosa - ou do Rosário - foi incorporado no Convento de Santa Joana de Lisboa.
No arquivo do Convento da Rosa, existem documentos sobre a medida régia, de unir e incorporar neste último convento, em uma só comunidade as religiosas dos Conventos do Salvador, da Anunciada e da Rosa, cuja transferência das mesmas teve início em Fevereiro de 1766.
Em 28 de Agosto de 1890, encontrava-se instalada numa parte deste Convento, a Congregação das Irmãs Hospitaleiras Portuguesas que esteve no Convento de Nossa Senhora da Luz, em Arroios. 



LOCALIZAÇÃO





 

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