sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Largo do Chiado


O Largo do Chiado fica situado nas freguesias da Encarnação, Mártires e Sacramento.
No extremo poente do largo ergueram-se as torres das antigas Portas de Santa Catarina da Cerca Fernandina de Lisboa, construídas entre 1373 e 1375 e demolidas no início do século XVIII. O local que foi das torres da muralha é hoje ocupado pelas igrejas do Loreto e da Encarnação.
No extremo nascente do largo, ergue-se desde 1929 uma estátua do poeta António Ribeiro, que ficou conhecido como «Chiado» por frequentar a zona. De 1771 a 1853 existiu no mesmo local o Chafariz do Loreto, abastecido pelo Aqueduto das Águas Livres através da Galeria do Loreto. A estátua de Neptuno que encimava o chafariz encontra-se hoje no centro da fonte do Largo de Dona Estefânia.
O poeta António Ribeiro, conhecido por Poeta Chiado, nasceu em Évora em data desconhecida, cidade onde professou pela Ordem dos Franciscanos, e faleceu em Lisboa em 1591, para onde veio após ter abandonado a vida religiosa. Contemporâneo de Camões que o menciona como poeta engenhoso num dos versos do Auto de El Rei Seleuco, desenvolveu sobretudo a poesia jocosa e a sátira, através da descrição de quadros flagrantes da vida social do período em que viveu, tendo afinidades literárias com Gil Vicente.A estátua em bronze, da autoria de Costa Motta (tio), com plinto quadrangular em pedra lioz de José Alexandre Soares, foi colocada por iniciativa da vereação municipal, que desta forma quis prestar homenagem a António Ribeiro, conhecido com o nome de uma das mais conhecidas zonas de Lisboa, o Chiado, por aí morar. Alguns grandes nomes da cultura literária do princípio do século XX, como Aquilino Ribeiro, Teixeira de Pascoais e Raul Brandão manifestaram-se contra, argumentando que outras figuras seriam mais merecedoras de uma homenagem por parte do município lisboeta. Consideravam que a fama de poeta popular, arruaceiro, boémio, praguento e chocarreiro mas no entanto, talentoso, que António Ribeiro granjeava, não eram razões suficientemente válidas para justificar a colocação de um monumento em sua homenagem, numa praça de tradição cultural, junto de teatros e de duas outras estátuas de figuras das letras nacionais: Camões e Eça de Queiroz. O poeta retratado envergando o hábito de monge que se julga nunca ter abandonado, aparece numa postura de animada conversa, parecendo interpelar quem passa.


LOCALIZAÇÃO



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