quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cais do Sodré / Praça Duque da Terceira




No século XVIII, esta zona era conhecida por Cais do Sodré, dada a importância da família Sodré, que habitava a zona na época e mantinha ligações ao comércio marítimo e ao dia-a-dia desta área portuária. Abrangida pelos projectos de reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, a praça renasce com um novo traçado urbano e recebe a designação oficial de Praça de Remolares. O nome Remolares surge ligado à história do local, pois etimologicamente significa os carpinteiros especializados no fabrico de remos. A praça permaneceu praticamente deserta até ao início do século XIX, mesmo com a construção dos primeiros quarteirões a este e oeste, o Tejo banhava o extremo sul, constituindo uma pequena praia onde hoje existe a estação de comboios. Em 1880 a praia chegava ainda à zona que hoje conhecemos como Jardim Roque Gameiro . 
A inauguração da estátua do Duque de Terceira deu-se no dia 24 de Julho de 1887, data da comemoração da entrada das tropas liberais do duque em Lisboa, substituindo um relógio de sol que recebia o nome de «Meridiana dos Remolares». A história do Cais do Sodré liga-se também à história dos seus edifícios, espaços de tertúlia, que fizeram desta zona um dos lugares da moda na Lisboa do século XIX. Destaca-se o já referido Hotel Central, frequentado por Reis e diplomatas famosos, figuras mundanas e celebridades do mundo das artes (Dias, 1999). O edifício da Administração do Porto de Lisboa construído entre 1906 e 1907 e a Estação dos Caminhos-de-ferro, em arte deco, da autoria do arquitecto Pardal Monteiro, roubaram a abertura da praça ao rio, mas a homenagem aos homens do mar, que fizeram muita da história desta zona, está presente junto ao Tejo, no jardim Roque Gameiro, através do monumento «Homem ao leme», da autoria de Francisco Santos.
O Hotel Central encerrou em 1919, o mesmo foi acontecendo a outros edifícios marcantes da história lisboeta, dando início ao declínio do local em termos de tertúlia da vida política e mundana.
Bibliografia
Dias, M. T. (1999). Lisboa Desaparecida – Volume VI. Lisboa. Quimera.

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