A Rua de Augusto Rosa, na Freguesia da Sé, em Lisboa, tem esta denominação desde 1924.
Anteriormente, teve as seguintes denominações: Rua do Limoeiro (1805), Rua do Arco do Limoeiro (1812), Rua Direita do Arco do Limoeiro (1815 e 1819), Rua Direita do Largo do Limoeiro (1816) e Rua Direita do Limoeiro (1819 e 1826).
Anteriormente, teve as seguintes denominações: Rua do Limoeiro (1805), Rua do Arco do Limoeiro (1812), Rua Direita do Arco do Limoeiro (1815 e 1819), Rua Direita do Largo do Limoeiro (1816) e Rua Direita do Limoeiro (1819 e 1826).
Na mesma área, desde a confluência do Largo da Sé e da Rua das Pedras Negras, até ao Largo de S. Martinho, existiam, antes do terramoto, duas ruas e um largo: a Rua Direita da Porta Travessa da Sé e a Rua Direita de S. Jorge, e o Largo do Aljube.
A Rua Direita da Porta Travessa da Sé estendia-se desde o cunhal da Basílica de Santa Maria Maior até à entrada do Largo do Aljube, o que hoje corresponde à distância entre a junção da Rua de Augusto Rosa com a Rua das Pedras Negras até às actuais escadinhas do Pátio do Aljube, ou à embocadura da Rua do Barão.
Media de comprimento 320 palmos (70,40m) e a sua largura, muito
irregular, variava entre 14 e 25 palmos e meio (3,08m e 5,61m).
Esta rua tirava o nome da porta lateral da Sé, que hoje se abre sobre a Rua de Augusto Rosa e foi designada nos meados do século XVI por Rua Direita da Porta da Sé (1554) e, nos fins do primeiro quartel do século XVIII, por Rua da Porta de Ferro (não confundir com a Rua da Porta do Ferro). O nome de Rua da Porta de Ferro, ou das Portas de Ferro, da Sé, foi usado até ao terramoto.
À Rua Direita da Porta Travessa da Sé, seguia-se, por volta de 1755, o Largo do Aljube, referência ao cárcere dos eclesiásticos que prolongou a sua função prisional em diferentes épocas e tristes memórias.
Em meados do séc. XVIII, também se chamava a este local Largo do Palácio do Arcebispo, e, no primeiro quartel desse século, Largo dos Paços dos Senhores Arcebispos. Destes
paços, que ficavam detrás da capela-mor da Sé, com a fachada
principal voltada para o norte, resta a porta mandada fazer pelo
arcebispo D. Luís de Sousa (1676-1702), que hoje tem o nº 31 da Rua de Augusto Rosa.
A Rua Direita de S. Jorge, em 1755, ia desde o Largo do Aljube até ao edifício da igreja de S. Jorge,
que ficava, se compararmos a planta de Bráunio (1575) com uma actual
fotografia aérea da zona, no lugar onde hoje se situam o edifício das Merceeiras e o da FABULA URBIS.
Media a rua de comprimento 200 palmos (44m), variando a sua largura entre 13 e 23 palmos (2,86 m e 3,06 m).
Esta rua que era afinal a continuação da Rua Direita da Porta Travessa da Sé, era designada em 1486 por rua que vay pera Sam Jorge e, desde 1554, pelo menos, até 1755, por Rua Direita de S. Jorge, ou simplesmente por rua de S. Jorge. Isoladamente deram-lhe também o nome de rua dereita que vai pera o Limoeiro. “ (v. MACEDO, PASTOR DE, Lisboa de Lés-a-Lés, Lisboa, CML, 1981, pp 250; 251) .
Depois do terramoto, a Rua Direyta da Porta Travessa da Sé passa a ser indicada como Rua do Aljube; a denominação largo do Aljube ainda aparece em 1781, e a Rua de S. Jorge em 1808, já depois de ter passado a denominar-se Rua do Limoeiro(1805).
O nome de Rua do Arco do Limoeiro é assim explicado por Castilho: «Sabe-se mais que do paço (actual cadeia do Limoeiro) [hoje Centro de Estudos Judiciários] saía um arco ou passadiço, para o fronteiro templo de S. Martinho” (Castilho, Lisboa Antiga, Bairros Orientais, vol.IX, pag.27).
A mudança do antigo nome
da rua pelo de Augusto Rosa, por edital de 17 de Março de 1924,
deve-se ao facto de o actor ter vivido, e falecido em 1918, no prédio
com o nº 50, onde hoje está a Casa do Concelho de Arcos de Valdevez.
Augusto Rosa, uma das figuras de maior relevo do teatro português, nasceu em 6 de Fevereiro de 1852 e estreou-se como actor, no teatro Baquet, do Porto, em 31 de Janeiro de 1872 e, nesse mesmo ano, em 5 de Dezembro, em Lisboa, no teatro do Gimnásio.
Trabalhou nos teatros da Trindade, de D. Maria II e de D. Amélia. Foi por duas vezes nomeado professor de declamação do Conservatório. Augusto Rosa foi, também, encenador e autor de dois livros sobre técnica teatral: Recordações da Scena e de fora da Scena (Lisboa: Livraria Ferreira, 1915) e Memorias e Estudos (Lisboa: Livraria Ferreira, 1917). |
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Bibliografia
CASTILHO, Júlio de,
Lisboa Antiga, Bairros Orientais, 2ª ed., vol. IX, Lisboa, CML, 1937
MACEDO, Pastor de,
Lisboa de Lés-a-Lés, 3ª ed., vol I, Lisboa, CML, 1981
Texto retirado da pagina da livraria FABULA URBIS
LOCALIZAÇÃO
maravilha
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