A Calçada do Combro pertence à freguesia de Santa Catarina, começa no Largo do Calhariz no número 19 e finaliza no Largo Dr. António de Sousa Macedo no número 7-E.
Fala-nos desta Calçada o Olisipógrafo Norberto de Araújo nas suas Peregrinações em Lisboa no volume V «que
quem desce a Calçada do Combro à direita encostado à antiga casa de
André Valente está, encravada nela, e junto à entrada do Pátio dos Tanoeiros, a Ermida da Ascensão de Cristo». Reconstruída no século XVII, segundo se lê na legenda sobre o pórtico: «Esta obra se fez à custa dos irmãos de Nossa Senhora do Amparo no ano de 1673».
A Ermida, que tem apenas três Capelas, é uma relíquia do sítio, e muito
mais antiga do que a importante igreja dos Paulistas. Teve mesmo a
honra de ser durante algum tempo a paróquia das Mercês.
No dizer de Norberto de Araújo «a
fachada da Igreja dos Paulistas, paroquia de Santa Catarina desde 1835,
é, como se observa, majestosa e de um equilíbrio de linhas».
Sobre
a Igreja e Mosteiro dos Paulistas fala-nos também, Angelina Vidal no
seu livro - Lisboa Antiga Lisboa Moderna na página 224; «Inaugurou-se
o Mosteiro em 1649 sendo fundador o geral da ordem, padre-mestre frei
Diogo da Ponte. D. João IV beneficiou muito a comunidade, dando-lhes
avultadas esmolas para as obras e para alimentação dos professores.
O
edifício foi largamente construído conforme se vê, e ao pé tinha uma
grande quinta onde a cultura vinícola desenvolvida a ponto de abastecer
fartamente o refeitório dos bons frades, que pelos modos tinham horror à
sede. (...). O grande Mosteiro dos Paulistas é de há muito ocupado por
uma Companhia da Guarda Municipal».
No
início da Calçada do Combro quando descemos, à direita de quem vem do
Calhariz, fica-nos um pardieiro imundo, que em tempos foi um Palácio da
família Melo Cunha, posteriormente Condes Castro Marim e ainda Marqueses
de Olhão. (1)
Um
deles foi Monteiro-Mor da Corte e aqui se instalou em 1799 o Correio
Geral. Foi também proprietário desta casa D. José da Cunha, descendente
dos primeiros titulares.
O casarão palaciano foi moradia de famílias muito pobres, tendo funcionado também entre 1840 e 1890 «A Revolução de Setembro» - onde se destacou como principal redactor o «Sampaio da Revolução» de seu nome António Rodrigues Sampaio (1806-1896) - e já no início do século XX o jornal «A Batalha».
Em 1922 pertencia à firma Mello Castello Branco, Lda.. O edifício é
votado ao abandono, passando mais tarde para a posse da Câmara Municipal
de Lisboa que em 1966/1998 elaborou um projecto para reabilitar o
imóvel, encontrando-se nesta altura (2006) a ser gerido pela EGEAC, como
função cultural.
Continuando
a descer a Calçada e sempre do lado direito fica-nos a antiga Rua
Formosa hoje Rua do Século (terras do Marquês do Pombal). No lado
esquerdo, quem desce, as Travessas; de Santa Catarina, da Hera, da
Condessa, do Rio e lá em baixo a do Alcaide já junto do antigo Largo do
Poço Novo (hoje com o nome de Largo Dr. António de Sousa Macedo).
Texto retirado do Blog RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
Palácio do Correio Velho
Palácio mandado construir no século XVIII pelos Condes de Castro Marim e Marqueses de Olhão. Também se designa por Palácio Marim-Olhão.Foi imóvel de aluguer e ali esteve instalado o Correio Geral em 1801. Está em parte ocupado por uma empresa de leilões.
Palácio do Correio Velho
Palácio mandado construir no século XVIII pelos Condes de Castro Marim e Marqueses de Olhão. Também se designa por Palácio Marim-Olhão.Foi imóvel de aluguer e ali esteve instalado o Correio Geral em 1801. Está em parte ocupado por uma empresa de leilões.
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