quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Praça de Espanha / Palhavã


Praça de Espanha  é abrangida pelas freguesias de Campolide, Nossa Senhora de Fátima e São Domingos de Benfica.
Junto à Praça de Espanha encontra-se a Fundação Calouste Gulbenkian, um importante centro de cultura da capital portuguesa, assim como o Palácio de Palhavã, residência do embaixador de Espanha.
Em plena praça foi reconstruído em 1998 o Arco de São Bento, arco antigamente integrado na Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres e que havia sido desmontado do local de origem na rua de São Bento.
O Palácio de Palhavã 
Edificado no século XVII, numa zona à época considerada "fora de portas", na freguesia rural de S. Sebastião da Pedreira, o Palácio, escreve o historiador de arte Monterroso Teixeira, tem uma matriz "regida pelo aparato senhorial, cenário de poder e representação".
Adquirido em 1918 para residência do embaixador espanhol, o Palácio foi "permeável a várias influências" devido até às "sucessivas ocupações" que lhe deram "diversos investimentos simbólicos de prestígio e grandeza", considera o autor.
O historiador aponta como autor do projecto o arquitecto João Nunes Tinoco, da Casa da Rainhas, falecido em 1668.
O Palácio foi propriedade do 2.º Conde de Sarzedas, dos "meninos da Palhavã" - D. António, D. Gaspar e D. José, filhos ilegítimos de D. João V - que ali viveram até 1760 e a ele regressaram 18 anos passados, depois do desterro no Buçaco ordenado pelo marquês de Pombal, a partir de 1860 dos condes da Azambuja, e, posteriormente, do Estado espanhol.
O álbum, editado pela própria embaixada, divide-se em duas partes, sendo redigido em espanhol, mas com uma sinopse final em português.
Na primeira parte, "usos e evolução", em cinco capítulos, estão em foco os diferentes usos do edifício, desde "villa suburbana" até à actual ocupação diplomática.
Monterroso Teixeira refere o "plano geométrico dos jardins", a escultura barroca, os pomares e o projecto de remodelação em 1936 por Pedro Muguruza Otaño, e enumera as diferentes famílias nobres que o ocuparam até à compra pelo Estado espanhol, que o dotou de "um registo sumptuoso".
Na segunda parte, "espaços de representação", em doze capítulos, apresenta-se pormenorizadamente o palácio: vestíbulo, salão amarelo, salão de música, salão verde, sala, ante-sala dos mármores, salão vermelho, sala vermelha pequena, sala nobre dos banquetes, sala de jantar pequena, sala amarela pequena e capela.
O autor contextualiza o Palácio de Palhavã nas diferentes épocas, designadamente nas correntes estéticas vigentes. Há ainda a preocupação de, sinteticamente, explicar as origens de cada uma das famílias ocupantes do edifício.
Entre os objectos de adorno do Palácio, destacam-se no livro as tapeçarias flamengas, as telas de Fernando Brambilla e Luca Giordano e um retrato de Afonso XIII assinado por J.J. Gárate, entre outros, além do mobiliário.







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