Até finais do século XIX, durante as viagens nocturnas a iluminação dentro da cabine era feita com velas.
O Palácio da Foz, inicialmente chamado de Palácio Castelo Melhor foi projectado no século XVIII, mas a sua construção estendeu-se até meados do século XIX.
A fachada e a estrutura geral do Palácio da Foz é de estilo setecentista, enquanto que o interior que foi remodelado posteriormente tem uma decoração de carácter revivalista , característica da segunda metade do século XIX.
Quando o Palácio da Foz começou a ser construído, apenas existia nesse local um extenso terreno de hortas. Hoje, está rodeado de civilização.
Em 1755, foi construído aí próximo o Passeio Público do Rossio, um enorme jardim que foi inaugurado em 1764.
Durante muitos anos, este jardim foi um dos centros de reunião da sociedade lisboeta e, quando foi demolido, em 1879, gerou-se uma grande contestação em volta dessa demolição.
Mesmo assim, o Passeio Público do Rossio foi demolido para que aí fosse aberta a Avenida da Liberdade.
No limite oriental do Passeio Público do Rossio existia um velho palácio que, em meados do século XVIII, pertencia ao 1º Marquês de Castelo Melhor, Dom José Vasconcelos Sousa Câmara Faro e Veiga.
No entanto, o terramoto de 1755 praticamente arrasou o edifício e, por isso, foi necessário proceder-se à construção de um novo palácio.
O novo palácio viria a ser construído num espaço contíguo ao antigo palácio, junto da Rampa da Glória.
Sobre quem projectou o novo Palácio de Castelo Melhor, não se sabe.
No entanto, sabe-se que o arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri, por solicitação do Marquês de Castelo Melhor, presidiu às obras até à ocasião da morte do Marquês. Nessa altura, os trabalhos ficaram suspensos.
Anos mais tarde, já em 1846, a construção foi retomada, sendo o Palácio de Castelo Melhor inaugurado em 1858, na capela consagrada a Nossa Senhora do Amor de Deus, o mais rico templo privado de Lisboa até então.
Só nessa altura é que a família Vasconcelos, descendentes do Marquês de Castelo Melhor, abandonaram o antigo e decadente palácio para aí irem morar.
Não se pode dizer grande coisa sobre o interior do Palácio de Castelo Melhor aquando da sua construção pois poucos puderam frequentar esse espaço.
No entanto, a julgar pela riquíssima decoração da Capela de Nossa Senhora do Amor de Deus, podemos imaginar que também o interior do Castelo seria de uma riqueza notável.
Por outro lado, sendo que um dos irmãos do Conde era Dom António Vasconcelos, à data o Governador de Grão Pará no Brasil, há quem sustente a ideia que o interior do Palácio estaria recheado de madeiras exóticas.
O Palácio permaneceu por pouco tempo nas mãos da família que o mandara construir.
Em 1889 a Marquesa Dona Helena de Vasconcelos vendeu o Palácio a Tristão Guedes, um nobre de grande fortuna que nessa altura era o administrador da Companhia Real do Caminho-de-ferro.iz-se que o negócio foi pouco transparente e que Tristão Guedes se aproveitou das suas funções para comprar o Palácio por uma pechincha.
Ao que parece, visto que se iria construir um túnel para os caminhos de ferro que passaria por baixo da Rampa da Glória, Tristão Guedes ludibriou a Marquesa de Castelo Melhor e expropriou-a dos terrenos e do Palácio.
Depois, o traçado do túnel foi feito de forma a poupar o Palácio, passando um pouco a ocidente do torreão norte do edifício. Com a expropriação, passados poucos meses, Tristão Guedes comprou este Palácio por valores muito abaixo do valor real do edifício.
Tristão Guedes viria mais tarde a se distinguido com o título de Marquês da Foz.
É por isso que o Palácio veio a ser conhecido como Palácio da Foz.
Já como proprietário do Palácio da Foz, o Marquês empreendeu uma reestruturação do espaço, chamando os melhores artistas europeus da época para o fazerem.
Das modificações realizadas, pouco restou do que tinha sido outrora o Palácio de Castelo Melhor.
No seu interior, todas as divisões, com excepção da Capela foram completamente redecoradas. Apenas o exterior do Palácio sofreu poucas alterações, sendo de destacar o telhado, que foi substituído por uma alta mansarda francesa, que provavelmente faria já parte do traçado de Xavier Fabri, embora nunca tenha passado do papel.
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