domingo, 4 de novembro de 2012

Praça do Comercio / Terreiro do Paço


A Praça do Comércio, também conhecida por Terreiro do Paço, é uma praça  situada junto ao rio Tejo, na zona que foi o local do palácio dos reis de Portugal durante cerca de dois séculos. É uma das maiores praças da Europa, com cerca de 36 000 m² (180m x 200m).
Em 1511, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para este local junto ao rio. O Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, foram destruídos pelo terramoto de 1755. Na reconstrução, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. Os edifícios, com arcadas que circundam a praça, albergam alguns departamentos de vários Ministérios do Governo Português e ainda o famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.
Esta foi sempre a entrada nobre de Lisboa e, nos degraus de mármore do Cais das Colunas, vindos do rio, desembarcam chefes de estado e outras figuras de destaque.
Um facto interessante são os banhos semanais que ocorriam antigamente no cais, nos quais algumas pessoas ousavam banhar-se nuas, o que causou indignação na época. No centro da praça, vê-se a estátua equestre de D. José, erigida em 1775 por Joaquim Machado de Castro, o principal escultor português do século XVIII. Ao longo dos anos, a estátua de bronze ganhou uma patina verde. No lado norte da praça, encontra-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, a entrada para a Baixa.
No terramoto de 1755, onde hoje se encontram os edifícios que constituem o Terreiro do Paço, existia o Palácio Real, em cuja biblioteca estavam guardados 70 mil volumes e centenas de obras de arte, incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio. Tudo foi destruído. O precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica, entre os quais, por exemplo numerosas cartas da descoberta do Brasil e outros documentos antigos também foram perdidos.
A 1 de Fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e seu filho Luís Filipe foram assassinados quando passavam na praça.
No dia 25 de Abril de 1974, a praça assistiu à Revolta do Movimento das Forças Armadas, que derrubou o governo de Marcello Caetano e o Estado Novo, numa revolução com apenas quatro mortos registados no cerco popular à sede da PIDE/DGS (polícia política do regime deposto).

O Arco Triunfal da Rua Augusta faz parte do conjunto arquitectónico da Praça do Comércio, porventura a praça mais monumental da cidade de Lisboa.
A decisão da construção de uma Praça Real foi tomada no seguimento das obras de reconstrução de Lisboa logo a seguir ao Terramoto de 1755. O projecto da autoria de Carlos Mardel e Eugénio dos Santos contemplava a construção de uma ampla praça, completada por uma estátua do rei D. José I e por um arco triunfal. As obras de construção arrancaram em 1759, sabendo -se que em 1775, ano da inauguração oficial da estátua equestre, as obras do arco já se tinham iniciado. As obras na praça prosseguiram, e por volta de 1815 estavam apenas colocadas as colunas que, supostamente, suportariam o futuro arco triunfal. Só mais tarde, em 1843, é que se lançaria novo concurso para a sua construção, ganho pelo arquitecto Veríssimo José da Costa. As obras só começaram em 1862, ficando o arco concluído apenas em 1873. As esculturas de vulto que o decoram só foram colocadas em 1875, e são da autoria de Vítor Bastos e de A. Calmels.
O arco apresenta três corpos, sendo o central, mais elevado, também o mais importante pela carga iconográfica que possui. Este corpo central apresenta, no seu interior, uma decoração de caixotões esculpidos, e uma roseta que assinala o fecho do arco de volta inteira. O lado virado para a Rua Augusta apresenta um relógio monumental, ornamentado com motivos vegetalistas, enquanto que no lado virado para o rio se pode observar o escudo real com as armas de Portugal, em relevo, e rodeado por folhas de palma. O escudo real é ladeado por quatro estátuas de vulto, duas de cada lado, representando, Nuno Alvares Pereira, o Marquês de Pombal (direita), Viriato e Vasco da Gama (esquerda). Por detrás destas figuras maiores da história portuguesa encontram-se duas figuras recostadas (uma de cada lado), representando os rios Douro (direita) e Tejo (esquerda). No topo do arco encontra-se um grupo escultórico que consiste na Glória coroando o Génio e o Valor, e por baixo uma inscrição latina em ferro.
O arco triunfal da Rua Augusta, assim como todo o conjunto arquitectónico da Praça do Comércio encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.


 


LOCALIZAÇÃO






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