quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mosteiro dos Jerónimos


O Mosteiro dos Jerónimos é um mosteiro manuelino, testemunho monumental da riqueza dos Descobrimentos portugueses. Situa-se em Belém, à entrada do Rio Tejo. Constitui o ponto mais alto da arquitectura manuelina e o mais notável conjunto monástico do século XVI em Portugal e uma das principais igrejas-salão da Europa.
Destacam-se o seu claustro, completo em 1544, e a porta sul, de complexo desenho geométrico, virada para o rio Tejo. Os elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos. O monumento é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.

Em 1833, por decreto de 28 de Dezembro o Estado seculariza o Mosteiro dos Jerónimos e entrega-o à Real Casa Pia de Lisboa, instituição de acolhimento de órfãos, mendigos, e de desfavorecidos. A Igreja passa a servir de igreja paroquial da nova freguesia de Belém. Perde-se grande parte do seu valioso recheio.
A partir de 1860 iniciam-se as obras de remodelação do Mosteiro com o levantamento e desenho da fachada sul do Mosteiro pelo arquitecto Rafael Silva e Castro, copiado em 1898 pelo arquitecto Domingos Parente da Silva. É demolido o tanque do claustro, os tabiques das galerias e a cozinha do Mosteiro. Na mesma data o arquitecto J. Colson elabora três projectos para a reconstrução do Mosteiro que não são aprovados. O último introduz já elementos revivalistas neomanuelinos. Em 1863, é nomeado o arquitecto de obras do Mosteiro Valentim José Correia que trabalha sob a alçada directa do Provedor da Casa Pia, Eugénio de Almeida. Entre 1863 e 1865 reorganiza-se o andar superior do antigo dormitório e desenham-se as janelas. A partir desta data Valentim José Correia é substituído por Samuel Barret que vai construir os torreões no extremo poente dos antigos dormitórios. Este, por sua vez, é substituído como arquitecto das obras do Mosteiro, em 1867, pelos cenógrafos italianos do teatro de S. Carlos, Rambois e Cinatti.
Entre 1867 e 1878 estes cenógrafos vão reformular profundamente o anexo e a fachada da igreja, dando ao monumento o aspecto que conhecemos hoje. Vão, assim, demolir a galilé e a sala dos reis, construir os torreões do lado nascente do dormitório, a rosácea do coro-alto e substituir a cobertura piramidal da torre sineira por uma cobertura mitrada. Estas obras sofrem um contratempo quando, em 1878, se dá a derrocada do corpo central do dormitório. A partir 1884, entra em campo o Eng. Raymundo Valladas que em 1886 inicia o restauro do Claustro e da Sala da Capítulo, com a construção da respectiva abóbada. Nessa sala é colocado, em 1888, o túmulo de Alexandre Herculano cuja autoria é de Eduardo Augusto da Silva.
Para celebrar o IV Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia (1898), decide-se em 1894 concluir as obras de restauro. Os túmulos de Vasco da Gama e Luís de Camões, da autoria do escultor Costa Mota, são colocados na capela lateral sul. No ano seguinte o Mosteiro recebe os restos mortais do poeta João de Deus. Posteriormente, instalam-se também os túmulos de algumas figuras da literatura e política: Almeida Garret (1902), Sidónio Pais (1918), Guerra Junqueiro (1923) e Teófilo Braga (1924).
O Ministério das Obras Públicas abre concurso para concluir o anexo que passa a servir de Museu Nacional da Indústria e Comércio, mas que acaba por ser extinto, em 1899, sendo substituído, por decreto de 20 de Novembro de 1900, pelas colecções do Museu Etnológico Português.



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