Destacam-se o seu claustro, completo em 1544, e a porta sul, de complexo desenho geométrico, virada para o rio Tejo. Os elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos. O monumento é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Em
1833, por decreto de 28 de Dezembro o Estado seculariza o Mosteiro dos
Jerónimos e entrega-o à Real Casa Pia de Lisboa, instituição de
acolhimento de órfãos, mendigos, e de desfavorecidos. A Igreja passa a
servir de igreja paroquial da nova freguesia de Belém. Perde-se grande
parte do seu valioso recheio.
A
partir de 1860 iniciam-se as obras de remodelação do Mosteiro com o
levantamento e desenho da fachada sul do Mosteiro pelo arquitecto Rafael
Silva e Castro, copiado em 1898 pelo arquitecto Domingos Parente da
Silva. É demolido o tanque do claustro, os tabiques das galerias e a
cozinha do Mosteiro. Na mesma data o arquitecto J. Colson elabora três
projectos para a reconstrução do Mosteiro que não são aprovados. O
último introduz já elementos revivalistas neomanuelinos. Em 1863, é
nomeado o arquitecto de obras do Mosteiro Valentim José Correia que
trabalha sob a alçada directa do Provedor da Casa Pia, Eugénio de
Almeida. Entre 1863 e 1865 reorganiza-se o andar superior do antigo
dormitório e desenham-se as janelas. A partir desta data Valentim José
Correia é substituído por Samuel Barret que vai construir os torreões no
extremo poente dos antigos dormitórios. Este, por sua vez, é
substituído como arquitecto das obras do Mosteiro, em 1867, pelos
cenógrafos italianos do teatro de S. Carlos, Rambois e Cinatti.
Entre
1867 e 1878 estes cenógrafos vão reformular profundamente o anexo e a
fachada da igreja, dando ao monumento o aspecto que conhecemos hoje.
Vão, assim, demolir a galilé e a sala dos reis, construir os torreões do
lado nascente do dormitório, a rosácea do coro-alto e substituir a
cobertura piramidal da torre sineira por uma cobertura mitrada. Estas
obras sofrem um contratempo quando, em 1878, se dá a derrocada do corpo
central do dormitório. A partir 1884, entra em campo o Eng. Raymundo
Valladas que em 1886 inicia o restauro do Claustro e da Sala da
Capítulo, com a construção da respectiva abóbada. Nessa sala é colocado,
em 1888, o túmulo de Alexandre Herculano cuja autoria é de Eduardo
Augusto da Silva.
Para
celebrar o IV Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia (1898),
decide-se em 1894 concluir as obras de restauro. Os túmulos de Vasco da
Gama e Luís de Camões, da autoria do escultor Costa Mota, são colocados
na capela lateral sul. No ano seguinte o Mosteiro recebe os restos
mortais do poeta João de Deus. Posteriormente, instalam-se também os
túmulos de algumas figuras da literatura e política: Almeida Garret
(1902), Sidónio Pais (1918), Guerra Junqueiro (1923) e Teófilo Braga
(1924).
O
Ministério das Obras Públicas abre concurso para concluir o anexo que
passa a servir de Museu Nacional da Indústria e Comércio, mas que acaba
por ser extinto, em 1899, sendo substituído, por decreto de 20 de
Novembro de 1900, pelas colecções do Museu Etnológico Português.
Nenhum comentário:
Postar um comentário