domingo, 4 de novembro de 2012

Praça Francisco Sá Carneiro / Praça do Areeiro


Ficou conhecido por Estilo Português Suave um modelo arquitectónico utilizado em edifícios públicos e privados portugueses, essencialmente durante as décadas de 1940 e 1950. Este estilo arquitectónico é também conhecido por Estilo Nacionalista, Estilo Tradicionalista ou Estilo Estado Novo, ainda que esta última denominação não seja muito correcta, já que durante o Estado Novo foram aplicados diversos estilos arquitectónicos em edifícios públicos.

Os edifícios típicos da deste estilo constituíram um ponto de viragem no que diz respeito à construção civil nacional. O que até então tinha sido muito tradicionalista e retrógrado passou a contar com as mais recente inovações técnicas internacionais. A introdução de novas e modernas técnicas de engenharia, tais como a utilização de estruturas em betão e o sistema de laje - pilar - viga, vieram revolucionar não só a maneira de construir, mas também a forma de pensar as construções. Os edifícios comuns, tal como a maioria das habitações, eram desenhados e concebidos por mestre-de-obras, não qualificados; a partir desta época, começaram a ser feitos progressos nesse sentido, atribuindo o trabalho de dimensionamento da estrutura a um técnico especializado. Contudo, todo este modernismo não era aceite da mesma forma que no resto da Europa, mais virada para o futuro e para a modernidade, pois o governo português da altura era muito puritano e conservador. Nessa medida a técnica moderna era disfarçada por elementos ornamentais clássicos, num gesto de obstrução cultural ao progressismo internacionalista.
Os elementos ornamentais presentes no estilo são retirados da arquitectura dos séculos XVII e XVIII e da arquitectura tradicional das várias regiões portuguesas. Estas inspirações vieram sobretudo dos estudos de Raul Lino. Tipicamente são utilizados elementos decorativos como pedra rusticada, socos, cunhais e guarnições de vãos em cantaria, tectos de águas inclinadas com beirais e telha vermelha, falsas cornijas, pináculos, pilastras em varandins, etc. É também comum a existência de arcadas e torreões de evocação medievalista com coruchéus (piramidais ou cónicos) rematados com esferas armilares (simbolizando o império), ou com cata-ventos, mais presente nas aldeias. As colunatas têm também um papel importante nos elementos arquitectónicos constituintes do edifício do Português Suave. A verticalidade desta, e o facto de repetirem ao longo da fachada, provocam um espaço de entrada bastante austero e forte; esta característica é aproveitada sobretudo nos edifícios de cariz administrativo e judicial (ministérios, tribunais, etc.) pelo papel que representavam no dia-a-dia da sociedade da época.


LOCALIZAÇÃO





Nenhum comentário:

Postar um comentário